O volume de negócios fechados entre o Paraná e a Argentina justifica a abertura de uma câmara de comércio entre o estado e o país fronteiriço. A opinião é de Santiago Gallo, do BRDE. "O Paraná precisa de uma política pública para se integrar. Inclusive porque os recursos naturais são compartilhados", afirma Gallo. "Falta uma instituição empresarial que não dependa de governo e consulados ou embaixadas, mas que tenha apoio deles e aglutine interesses", completa.
O estado tem hoje de 200 a 300 empresas argentinas registradas na junta comercial. Isso sem contar as cerca de 1200 empresas que trabalham com importação e exportação. "Todo este universo, junto com as universidades, a Federação das Indústrias, o Sebrae, não têm um interlocutor econômico com a Argentina", adverte.
Ainda assim, os negócios com o país vizinho vão bem e tendem a melhorar ainda mais. "A gente oberva uma corrente muito favorável à instalação de empresas argentinas no Paraná. E o comércio entre os dois tem aumentado muito nos últimos anos", garante o cônsul-geral da Argentina em Curitiba, Emilio Julio Neffa.
Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a agosto deste ano o Paraná exportou US$ 574,5 milhões para a Argentina, um aumento de 29,7% em relação a igual período de 2005. Em contrapartida, o estado comprou US$ 377,8 milhões do país vizinho (54,7% a mais que de janeiro a agosto do ano passado). "O Paraná tem superávit, mas isso não é exatamente bom, porque gera um desconforto. A relação comercial tem que ser boa para os dois", diz Gallo.
"No ano que vem, se continuarem as parcerias e o Mercosul continuar funcionando bem, vamos aumentar estes valores", afirma o cônsul. Ele também é especialista em comércio exterior e está desde abril em Curitiba. O objetivo é que o estado do Paraná e a Argentina possam trabalhar juntos em cadeias de valor para vender seus produtos a terceiros mercados. (FL)
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