Curitiba – O cenário econômico, apesar de apresentar algumas variáveis piores do que em 2004, permite expectativas positivas. Elas se baseiam nas projeções de que a economia crescerá de 3,5% a 4% neste ano, no nível estável do desemprego e no fato de que o brasileiro sempre consome mais em dezembro.

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Na opinião do economista Vamberto Santana, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e consultor da Federação do Comércio Varejista do Paraná (Fecomércio), há espaço para um crescimento nas vendas entre 7% e 8% em dezembro deste ano, na comparação com o mesmo mês de 2004. A previsão, porém, seria outra caso a crise política piorasse. "Novas denúncias graves tirariam o ânimo do varejo."

Na rede varejista Mercadomóveis, que tem 55 lojas no Paraná, a expectativa é aumentar as vendas em 7%. Na conta são levadas em consideração apenas as unidades já existentes em 2004. Se forem somados os 12 pontos abertos em 2005, o crescimento salta para 40%. "Há sinais de que o consumidor está com mais dificuldade de pagar. Mas ele continua comprando", afirma Márcio Pauliki, diretor da rede. O parcelamento médio passou de 9 para 12 prestações, enquanto os negócios à vista caíram de 30% para 20% das vendas. "Mesmo assim apostamos que as pessoas vão às compras em dezembro", completa.

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Valdemiro Hafemann, diretor corporativo das Lojas Salfer, rede catarinense com 15 lojas no Paraná, também diz estar otimista para as vendas de fim de ano. "A economia está crescendo e isso influencia o resultado do nosso negócio", afirma. Hafemann não fez uma previsão do índice de aumento nos negócios porque o planejamento da empresa inclui a compra de itens para abastecer nove unidades que serão inauguradas até dezembro.

Segundo as duas redes varejistas, os produtos mais procurados no Natal devem ser os telefones celulares e os aparelhos de TV com tela grande – de 29 polegadas para cima. Continuam na lista de compra os tocadores de DVDs e ganham terreno pequenos equipamentos de alta tecnologia, como câmeras digitais. O fim de ano também será um bom teste para o setor de computadores pessoais, que viu as vendas dispararem após uma redução nos impostos.

A Positivo Informática, de Curitiba, ampliou a produção em 40% e investiu na conquista de espaço no varejo. A previsão é chegar à marca de 40 mil unidades vendidas por mês no fim do ano – número quase seis vezes maior do que o registrado em agosto de 2004, quando a empresa ainda começava a expor os produtos em lojas como Casas Bahia e Ponto Frio. Hoje, a procura maior é por máquinas com preço baixo, a partir de R$ 1.399.

No segmento de alimentos natalinos também há previsão de vendas maiores em 2005. A La Violetera, empresa de Curitiba especializada na distribuição de frutas secas, colocará no mercado um volume de produtos 10% maior do que no ano passado. "Vamos investir no marketing em pontos de venda e na apresentação de nossas embalagens", diz o diretor comercial João Castelar Padin. "Queremos aproveitar o momento de crescimento da economia." O período de Natal responde por mais de 20% do faturamento da companhia. (GO)

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