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Charter compra Time Warner Cable para criar gigante da TV a cabo nos EUA

A Charter e a Time Warner Cable disseram que esperam que o negócio seja concretizado até o fim do ano | Mike Segar/Reuters
A Charter e a Time Warner Cable disseram que esperam que o negócio seja concretizado até o fim do ano (Foto: Mike Segar/Reuters)

A empresa americana de telecomunicações Charter Communications anunciou nesta terça-feira (26) um acordo para a compra da Time Warner Cable por US$ 78,7 bilhões, em uma operação que, se confirmada pelos órgãos reguladores, resultará no segundo maior conglomerado de televisão a cabo dos Estados Unidos.

As duas companhias informaram que já entraram em um “acordo definitivo” de fusão para criar um novo grupo, com o nome de New Charter, que incluirá os ativos de uma terceira empresa adquirida pela Charter em março, a Bright House Networks.

Segundo os termos financeiros da operação, a Charter pagará US$ 55 bilhões em dinheiro e ações, além de assumir uma dívida de US$ 23,7 bilhões da Time Warner Cable.

A proposta de compra, que já tinha sido antecipada nesta segunda pela imprensa americana, avalia em US$ 195,71 cada ação da Time Warner Cable, o que representa um ágio de 14% em relação ao preço do fechamento dos papéis na última quarta-feira.

A Charter anunciou também que modificou os termos da compra de outra operadora menor da televisão a cabo nos EUA, a Bright House Networks, em uma operação de US$ 10,4 bilhões feita em março.

Mercado

Assim que receber o sinal verde dos reguladores, a New Charter se transformará na segunda maior companhia de televisão a cabo dos EUA, com 23,9 milhões de clientes e presença em 41 estados. Ficará atrás do grupo Comcast, que tem 27 milhões de assinantes.

O presidente da Charter, Tom Rutledge, que comandará a nova empresa formada, disse em comunicado que as três companhias envolvidas na operação foram inovadores nos diferentes serviços oferecidos por cabo.

Já o presidente da Time Warner Cable, Robert Marcus, disse que a fusão permitiu a união de grupos que compartilham uma mesma filosofia.

A Charter é subsidiária da corporação Liberty Broadband, presidida pelo magnata do setor das comunicações John C.Malone, um dos principais defensores da operação.

Cenário de mudanças

O acordo ocorre em um momento de grandes mudanças na forma de assistir aos conteúdos audiovisuais. Enquanto a audiência na televisão tradicional nos EUA caiu 4% em dezembro, o consumo de serviços de vídeos por streaming cresceu 60%, segundo a Nielsen.

Os analistas destacaram que o anúncio põe em evidência a necessidade das companhias de televisão a cabo e provedores de internet banda larga em unir forças em um setor em constante transformação, destacou o “The New York Times”.

Os americanos têm optado cada vez mais em assistir aos programas de televisão e filmes através da internet, fazendo uso de serviços de streaming e vídeos sob demanda, oferecidos por empresas como o Netflix ou o Hulu.

Proposta rejeitada

Após o anúncio do acordo, o presidente da Time Warner Cable destacou em conferência telefônica com analistas e investidores que a operação é diferente da proposta de fusão feita pelo grupo Comcast há um ano, rejeitada então pela empresa.

O negócio foi concretizado um mês depois de o Comcast descartar a compra da Time Warner Cable por causa das dúvidas levantadas pelos reguladores sobre os riscos que a aquisição representaria para a livre concorrência no setor.

A proposta, avaliada em US$ 45,2 bilhões, daria ao Comcast o controle de 30% das assinaturas de televisão a cabo do país, além de até 50% do serviço de internet de banda larga.

“Esse acordo anunciado hoje tem todo o sentido do mundo e por isso quero parabenizar todas as partes envolvidas”, disse em comunicado o presidente e executivo-chefe da Comcast, Brian Roberts.

Cronograma

A Charter e a Time Warner Cable disseram que esperam que o negócio seja concretizado até o fim do ano. É preciso aprovar o acordo nas juntas de acionistas de ambas as firmas, além da análise dos reguladores do setor.

“A Comissão Federal de Comunicações revisa cada fusão por seus próprios méritos e determina se é bom para o interesse público. Veremos como os consumidores se beneficiarão se aprovarmos este acordo”, disse o órgão regulador em comunicado.

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