A China está disposta a continuar comprando as dívidas soberanas de países da Europa e dos EUA, mas esses países precisam se comprometer com reformas de longo prazo que "realmente alterem a tendência descendente" na situação fiscal, afirmou nesta quinta-feira Li Daokui, conselheiro do Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês). Enquanto isso, a China vai comprar bônus emitidos pela Linha de Estabilidade Financeira da Europa (EFSF, na sigla em inglês), explicou.

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"A China está disposta a continuar investindo e passar por esse período difícil junto com os países desenvolvidos - desde que os EUA e a Europa estejam determinados a adotar reformas substanciais", comentou Li. "As reformas não precisam ser implementadas imediatamente. Não é necessário reduzir imediatamente os gastos fiscais. Mas precisa haver um comprometimento visível, tangível, com medidas de ajuste em um prazo relativamente longo que possam realmente alterar a tendência descendente na situação fiscal desses países".

Li é um conselheiro acadêmico do banco central chinês. Embora não tenha autoridade sobre a política monetária, seus comentários dão uma indicação sobre o pensamento dos elaboradores da política econômica do país.

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A manutenção da compra chinesa de bônus dos governos europeus e dos EUA será essencial para manter a estabilidade financeira global. Diversos mercados em todo o mundo estão sendo afetados pelos receios sobre a sustentabilidade da dívida de vários países europeus, os riscos de bancos com exposição a essas dívidas e o recente rebaixamento do rating dos EUA pela Standard & Poor's.

"Sobre as dívidas de quais países podem ser compradas - Espanha, Grécia e outros - eu acredito que isso depende das medidas de ajuste específicas de cada um... e suas respectivas consultas com a China", disse Li. "Não é uma condição difícil (de ser cumprida), não é como o FMI (Fundo Monetário Internacional) estabelecendo uma, duas, três, quatro ou cinco condições. Em vez disso, é coordenação e cooperação mútua", acrescentou.

Li também disse ser "possível" que organizações chinesas, como o fundo soberano do país, invistam em bancos europeus para ajudá-los a levantar fundos, se eles enfrentarem uma crise de liquidez. Mas ele destacou que essas são decisões individuais dessas organizações.

O conselheiro afirmou ainda que é "impossível" que as atuais turbulências nos mercados resultem em outra crise financeira, e que "não é provável uma segunda recessão" na economia mundial, embora ele acredite que o crescimento econômico deve diminuir "um pouco". As informações são da Dow Jones.

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