A China procurou conter nesta terça-feira a pressão norte-americana por uma alta mais forte do iuan e por reformas econômicas no país, dizendo ao secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, que ainda é uma nação pobre e não representa uma ameaça a ninguém.
A visita de Paulson à China coincidiu com uma iniciativa dos legisladores norte-americanos, frustrados com o déficit comercial recorde dos EUA com a China, de pressionar Pequim com ameaça de sanções para que o país deixe o mercado decidir o valor do iuan.
A vice-primeira-ministra chinesa, Wu Yi, disse no início das conversações com Paulson estar contente com o fato de ele ter visitado primeiro a pobre Província de Qinghai e de ter visto a grande diferença entre cidades ricas como Pequim e Xangai.
"Fazendo esse contraste, você pode entender. Quem a China pode ameaçar? A China ainda tem áreas com atrasos no desenvolvimento, como Qinghai", disse Wu a Paulson.
"A China ainda tem 23 milhões de pessoas vivendo na pobreza. A meta da China em seu desenvolvimento é que seus 1,3 bilhão de habitantes possam comer, se vestir com conforto e viver bem. Quem podemos ameaçar? Não temos essa habilidade. A China não ameaça e nunca ameaçará ninguém."
Os comentários dela estão em linha com a principal justificativa dada pelo país para resistir à valorização mais rápida da moeda: as autoridades temem que isso acabaria com milhões de empregos em setores exportadores e tornaria mais difícil a competição de produtores locais com importações de alimentos mais baratas.