A China espera que a cúpula do G20 esta semana em Seul ajude a promover a recuperação da economia global e a aprofundar as reformas de sistemas financeiros, disse o ministro chinês do Comércio, Chen Deming, no domingo.
"Esperamos que o G20 possa desempenhar um grande papel na promoção de reformas monetárias globais e de governança e que ajude a economia mundial a conseguir um crescimento forte, sustentável e equilibrado", disse Chen à Reuters durante a visita do presidente Hu Jintao a Portugal.
O superávit comercial da China em 2011 é "administrável", em um momento em que o comércio exterior do país ainda enfrenta incertezas globais, disse Chen.
"Eu acredito que o comércio externo da China vai continuar a crescer no próximo ano, mas o crescimento não será muito forte", acrescentou.
Funcionários do comércio chinês preveem que o superávit comercial em 2010 deve cair para 180 bilhões de dólares, contra 196 bilhões de dólares em 2009.
As preocupações com os desequilíbrios comerciais globais, em grande parte enormes excedentes comerciais da China com os países ocidentais, e a ameaça de uma "guerra cambial" vão estar no topo da agenda da reunião de líderes do G20 em 11 e 12 de novembro.
O encontro do G20 vai tentar resolver ao menos algumas das divergências sobre as medidas para a redução dos desequilíbrios que estão desestabilizando a economia mundial.
A China vai tentar rechaçar pressões externas sobre a sua política monetária, argumentando que o país tem tomado medidas para aumentar as suas importações para ajudar a reduzir o superávit comercial. Durante a recente visita do presidente Hu Jintao à França, a China assinou acordos de aproximadamente 20 bilhões de dólares em áreas como petroquímica, transporte aéreo e ofertas de combustível nuclear, incluindo contratos de compra de 102 aviões Airbus.
Chen disse na sexta-feira que Pequim não está buscando deliberadamente um superávit comercial e gostaria de ter uma relação mais equilibrada, mas a Europa deve desempenhar seu papel, garantindo que os seus mercados estejam abertos ao investimento chinês.
Hu deu seu apoio a iniciativas do presidente Nicolas Sarkozy para reformar o sistema financeiro global, mas o ritmo de mudanças deve ser gradual, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Fu Ying, no sábado.
A França, que gerencia o G20 após o encontro de Seul, quer construir uma base comum para a sua ambiciosa agenda de reformas do sistema monetário global, evitando alienar a China ao debater o iuan.
A China conseguiu convencer a França de que o superávit comercial chinês foi causado principalmente por fatores estruturais e devido à taxa de câmbio, segundo Fu.
"Entramos em um acordo sobre a questão cambial. A visão da China é que cada país deve assumir as suas responsabilidades pela manutenção de taxas de câmbio estáveis", disse.