O dólar fechou em alta frente ao real nesta sexta-feira, depois da reação internacional à decisão da China de aumentar os depósitos compulsórios e tentar frear as pressões inflacionárias no país.
A moeda norte-americana subiu 0,70 por cento, para 1,863 real. Na semana, porém, o dólar acumulou baixa de 1,48 por cento. Em 2010, a moeda registra alta de 6,88 por cento.
O aumento de 0,5 ponto percentual dos depósitos compulsórios na China, o segundo no ano, roubou a cena que vinha sendo dominada pela Grécia ao longo de toda a semana.
A decisão surpreendeu o mercado e levantou a possibilidade de que o governo chinês atuará com mais firmeza para evitar um superaquecimento da economia. Essa hipótese derrubou o preço das commodities e valorizou o dólar em todo o mundo.
A falta de medidas concretas da Europa para ajudar a Grécia também repercutia no exterior, mantendo o euro.
Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar tinha alta de 0,5 por cento no final da tarde. Já o petróleo perdia 2,3 por cento em Nova York, ajudando a empurrar o índice Reuters-Jefferies de commodities para uma queda de 1 por cento.
Internamente, operadores relataram que o mercado tirava o pé do acelerador à medida que se aproximava o Carnaval. O volume registrado na clearing da BM&FBovespa era relativamente baixo perto do fim da sessão, com pouco mais de 1,3 bilhão de dólares --a maior parte pela manhã.
As operações foram prejudicadas por quase uma hora durante a manhã por causa de uma paralisação no sistema GTS da BM&FBovespa.
Depois do feriado
Quando o mercado voltar às operações às 13h da Quarta-Feira de Cinzas, os agentes afirmam que a atenção deve continuar voltada ao cenário externo.
"Naturalmente, os 'ruídos' externos não passarão desapercebidos por aqui e podem determinar movimento de alta", avaliou Sidnei Nehme, diretor-executivo da NGO Corretora.
Ele ressaltou, porém, que a possível alta deve ser apenas pontual, e não sustentada, "visto que não temos problemas de fluxo cambial". O país registrou entrada líquida de quase 2 bilhões de dólares na primeira semana do mês, elevando a quantidade de moeda estrangeira em posse dos bancos.
Além disso, dados da BM&FBovespa mostraram uma segunda redução consecutiva na posição comprada dos investidores estrangeiros nos mercados de dólar futuro e cupom cambial. Eles contabilizavam 5,919 bilhões de dólares em compras líquidas na quinta-feira, ante 6,868 bilhões de dólaresno dia anterior.
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