A montadora americana Chrysler, que aguarda ajuda financeira de Washington, anunciou nesta quarta-feira (17) que fará uma "paralisação técnica" de 30 dias em todas as fábricas do grupo. Citando um mercado cada vez mais retraído e escassez de crédito nos Estados Unidos, a Chrysler anunciou que fará "ajustes significativos em seu calendário de produção".

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"Toda a atividade de produção da Chrysler será interrompida a partir desta sexta-feira, 19 de dezembro. Os empregados envolvidos não voltarão a trabalhar antes do dia 19 de janeiro de 2009", destaca o comunicado da terceira principal montadora americana.

A empresa diz que a decisão tem como objetivo alinhar o estoque à profunda queda na demanda por automóveis. No início do mês, executivos da empresa tinham dito no congresso dos EUA que, sem ajuda oficial, a companhia ficaria sem caixa já no final deste ano.

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Anúncio da paralisação

A Chrysler fez o anúncio da paralisação em uma carta enviada na quarta-feira para seus funcionários, fornecedores e o sindicato dos trabalhadores do setor. A nota também foi colocada em seu website.

Segundo o grupo, seus distribuidores informaram que há "muitos potenciais compradores para os veículos Chrysler, Jeep e Dodge", mas os negócios não são fechados por falta de financiamento.

Setor em crise

A insdústria automobilística america vive uma das maiores crises de sua história. A General Motors, maior fabricante de automóveis do país, precisa de US$ 4 bilhões para terminar o ano e de outros US$ 6 bilhões para seguir operando durante o primeiro trimestre de 2009.

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A companhia anunciou que de janeiro a março sairão de suas linhas de montagem 250 mil veículos a menos do que o previsto, o que equivale a um corte de 30% de sua produção.

A Chrysler, terceira montadora americana, necessita de US$ 4 bilhões para poder sobreviver durante o primeiro trimestre do ano. Por sua parte, a Ford disse que não requer dinheiro por enquanto, mas solicitou uma linha de crédito como precaução se as condições econômicas piorarem.

Ajuda do governo

No início da semana, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que um anúncio quanto ao resgate do setor não é iminente, deixando o destino das montadoras coberto por incertezas por um tempo ainda mais longo.

"Nós não estamos exatamente prontos para anunciar isso ainda", disse Bush a jornalistas a bordo do Air Force One na segunda-feira (15), durante o vôo proveniente de Bagdá em uma viagem surpresa ao Afeganistão.

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Espera-se que o governo use parte dos recursos de um pacote de US$ 700 bilhões originalmente criado para socorrer os bancos no auxílio às montadoras, após o Congresso do país não ter chegado a um acordo sobre um plano de ajuda.