O resultado do PIB do primeiro trimestre veio negativo, uma queda de 0,3% em relação ao quarto trimestre de 2015. Mas é melhor do que o esperado pelo mercado e pode indicar que a economia vai se estabilizar entre o segundo e o terceiro trimestres. Alguns indicadores antecedentes, usados por economistas para avaliar a atividade econômica antes de o IBGE divulgar o PIB, apontam de forma sutil na mesma direção.
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A confiança de setores empresariais está melhorando, o consumo de insumos voltou a crescer e até o ritmo de redução do emprego formal perdeu força em abril. Se essa melhora se confirmar nos próximos meses, é provável que o Brasil deixe o estado de recessão até o fim do ano. Uma recuperação mais rápida, porém, dependeria de medidas de ajuste fiscal que o governo ainda precisa apresentar.
Veja abaixo cinco indicadores que apontam para uma melhora na economia:
Consumo de energia
O consumo de energia elétrica cresceu 1,4% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É a primeira expansão nessa base de comparação desde fevereiro de 2015. É verdade que o dado foi influenciado pelo clima mais quente e pelo consumo residencial. Mas houve também crescimento no consumo comercial (1,7%). Na classe industrial, ainda há queda, de 4,8%. A retração, no entanto, não ocorreu em todos os setores: fabricantes de alimentos e de papel e celulose aumentaram o consumo.
Papelão ondulado
O consumo de papelão ondulado, insumo industrial que é um termômetro das vendas do setor, cresceu 0,48% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. É uma variação pequena, que ainda precisa se consolidar nos próximos meses.
Confiança
Desde o início do ano os índices de confiança vêm apresentando uma pequena melhora. Em maio, na comparação com abril, o Índice de Confiança da Indústria, medido pela FGV, cresceu 1,7 ponto, atingindo o maior nível desde março de 2015: 79,2 pontos. O Índice de Confiança de Serviços, também da FGV, subiu 1,2 ponto na mesma comparação, para 70,5 pontos. É o melhor desde julho de 2015.
Exportações
A balança comercial registrou em maio o maior superávit mensal da história: US$ 6,4 bilhões. O volume de exportações em dólares ainda não cresce – houve uma queda em maio de 0,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado – mas avança em volume, com alta de quase 10% no mês. Isso significa que as empresas brasileiras tiveram de adequar seus preços em dólares para ganhar mercado no exterior. Há dados positivos, como o crescimento nas exportações de automóveis e no número de empresas que fecharam negócios no exterior.
Emprego
O mercado de trabalho continua indo mal, mas em abril houve um sinal positivo: o número de fechamento de vagas foi o menor em 13 meses. Foram 62 mil postos de trabalho a menos no mês. Em abril do ano passado, foram 97 mil empregos fechados. Os números de maio podem confirmar essa melhora no mercado de trabalho.
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