O varejo deve registrar em 2015 o pior desempenho em um Dia das Mães desde 2004, estima a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Para a data comemorativa, a mais importante para o comércio depois do Natal, a CNC projeta aumento de 0,5% no volume de vendas em relação a igual período do ano passado, com receita próxima a R$ 6,5 bilhões.
Diante da quase estagnação das vendas do varejo, as contratações de temporários tendem a ser menores este ano. No total, devem ser geradas 29,6 mil vagas, 0,5% a menos do que no Dia das Mães de 2014. Em termos porcentuais, é o pior desempenho de toda a série, iniciada em 2008 para este quesito.
O salário médio de admissão no varejo, por sua vez, deverá ficar em torno de R$ 1.105 (queda real de 0,7% ante um ano atrás). “As perspectivas de efetivação também devem ser menos favoráveis”, avalia a CNC.
Vestuário
O setor de vestuário deve ser o maior contratante, responsável por 56,4% das vagas abertas no período. Mesmo assim, o contingente de 16,9 mil trabalhadores que devem ser admitidos será 1,5% inferior do que na mesma data comemorativa de 2014.
O segmento de vestuário costuma ser um dos maiores empregadores nesta época do ano, diante da grande procura por artigos deste setor. Além dele, as categorias de hiper e supermercados e de móveis e eletrodomésticos também estão entre as preferidas para a compra de presentes.
Juntos, os três segmentos são responsáveis por 71% da movimentação esperada no período. Todas, porém, devem registrar retração nas vendas.
“A maior queda será na venda de móveis e eletrodomésticos, com recuo de 2,8%”, prevê a CNC. “A despeito da evolução mais favorável dos preços dos produtos comercializáveis nos últimos meses, as vendas em diversos segmentos do varejo já sofrem impactos negativos em decorrência da elevação do custo do crédito ao consumidor, cuja atual taxa de juros (54,4% ao ano) se encontra no patamar mais elevado desde março de 2011, segundo relatório recente do Banco Central”, destacou a CNC.
Alta
Já as vendas de produtos em farmácias e perfumarias devem registrar a maior alta, de 7,8% em relação ao Dia das Mães do ano passado. Juntamente com o segmento de artigos de uso pessoal e doméstico, o setor deve impedir uma baixa ainda mais intensa no desempenho do comércio no período.
A CNC notou ainda que os bens e serviços mais demandados no Dia das Mães acumulam alta de 7,0% nos 12 meses até abril, de acordo com dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15). A alimentação fora de casa, incluindo o tradicional almoço do Dia das Mães, foi o item que mais subiu (10,5%), seguido de chocolates (10,2%) e de eletrodomésticos e equipamentos (9,2%).