Crescer a 5,5% ao ano exige elevação de investimentos, diz CNI A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê investimentos da ordem de R$ 135 bilhões para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016. A estimativa consta no documento "A Indústria e o Brasil: uma agenda para crescer mais e melhor", que será entregue aos pré-candidatos à Presidência da República na próxima semana.
Para a CNI, a elevação da taxa de investimentos é pré-condição para o país crescer mais. Ao todo, a entidade prevê o aporte de R$ 400 bilhões no país nos próximos anos, sendo R$ 157 bilhões em petróleo e gás, R$ 47 bilhões em hidrelétricas, R$ 36 bilhões no trem de alta velocidade, R$ 60 bilhões em programas habitacionais, além de R$ 105 bilhões para a infraestrutura necessária para a Copa do Mundo e mais R$ 30 bilhões para os jogos olímpicos de 2016.
"São previsões [de R$ 400 bilhões em investimentos]. Não há garantia a sua implementação. O trem bala, por exemplo, não sabemos como será implementado. O pré-sal tem probabilidade de implementação elevada. As Olimpíadas e Copa do Mundo, têm elevada probabilidade. Mas não são suficientes. O volume não é suficiente. Para que possamosa tingir a meta dos 22% do PIB em 2014, temos que avançar muito", disse José Augusto Fernandes, diretor-executivo da CNI.
Copa do mundo e olimpíada
Dos gastos em investimentos previstos para a Copa do Mundo, R$ 6 bilhões seriam em estádios, R$ 90 bilhões em mobilidade urbana, R$ 9 bilhões em aeroportos. "Esses investimentos estruturais nas cidades serão, provavelmente, os grandes legados da Copa do Mundo e da Olimpíada", avaliou a CNI.
Em infraestrutura, a entidade lembrou que estão previstos investimentos em metrôs, em VLTs (veículos leves sobre trilhos) e RBT (sistema rápido de ônibus). "A rede hoteleira também se beneficiará em vultosos investimentos. A perspectiva é que sejam construídos aproximadamente 300 hotéis, gerando 86 mil leitos nas cidades-sede", informou.
Pré-sal
Sobre o pré-sal, a entidade avalia que a produção de petróleo brasileiro aumentará "consideravelmente" graças ao aumento potencial de mais de 100% das reservas conhecidas.
"Variados segmentos industriais complementares precisarão ser acionados para movimentar a atividade de prospecção, exploração, transporte e comercialização do petróleo extraído", informou a entidade, acrescentando que isso demandará investimentos em construção e operação naval, em transporte e dutos, em instrumentação, armazenagem e infraestrutura portuária.
Alerta
Ao mesmo tempo, a CNI também fez um alerta. Para a entidade, o Brasil não possui, atualmente, "escala industrial suficiente" para atender à demanda desses investimentos. "O ritmo atual dos investimentos está aquém do necessário para suprir as novas encomendas que serão geradas no futuro imediato", informou. A indústria brasileira, de acordo com a Confederação, precisa avançar na ampliação da escala de produção e, também na qualificação de recursos humanos e na modernização da engenharia nacional.