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Não fosse pelos próprios erros, a presidente Dilma Rousseff não precisaria entrar na campanha da reeleição temendo o debate sobre economia. Não precisaria usar o Dia do Trabalho para fazer um anúncio claramente voltado para outubro e que em parte soou patético. A correção da tabela do Imposto de Renda nada mais é do que a repetição da fórmula dos últimos anos, com um aumento implícito da carga tributária. A presidente nos lembrou que a política é de aumentar os impostos sobre a renda (e há argumentos para isso, embora o debate seja mais complexo do que deixar a inflação resolver a parada).
É até divertido ouvir que nos últimos 11 anos a inflação esteve rigorosamente sob controle e que a energia teria subido mais se o governo não tivesse entrado no mercado. O controle da inflação começou há 20 anos, e a temos hoje com grande intervenção estatal e esqueletos que estão sendo empurrados para depois da eleição. E a eletricidade barata nunca existiu. Custou caro ao contribuinte baixar os tais 20% no ano passado e vai custar caro para consumidor daqui para a frente.
A oposição a Dilma parece ter entendido que tem aí uma área para debate, embora seja cedo para avaliar se assuntos como independência do Banco Central, redução da meta de inflação e um programa fiscal de médio prazo terão apelo eleitoral. Mas não existem muitas fichas à disposição na disputa. A da área social já foi jogada por Dilma no reajuste do Bolsa Família e a da corrupção não serve para partidos sempre à beira de um novo escândalo.
Reajuste da Copel
A Copel foi a empresa que mais comprou energia no leilão feito pela Aneel na semana passada. Ganhou proteção do mercado de energia à vista, o que reduz a dependência de recursos que estão sendo repassados com ajuda do governo. O problema é que a compra aumenta a previsão de reajuste da Copel para este ano. Já há gente no mercado falando de alta acima de 20%.
O governo do estado já segurou o aumento no ano passado, fator que contribui para a previsão de aumento salgado para a energia deste ano. Será que o Palácio Iguaçu vai dar mais uma canetada em ano de eleições?
Fomento privado
A Fomento Paraná está dando mais atenção à iniciativa privada, que hoje responde por só 10% de sua carteira de crédito. No segundo semestre do ano passado, o ritmo de concessões para o setor privado praticamente dobrou, passando de R$ 18,2 milhões na primeira metade do ano, para R$ 36,2 milhões. No ano, a carteira de crédito para o setor privado dobrou de tamanho, atingindo R$ 69,5 milhões.
Bitcoin na Bloomberg
É fato que as bitcoins passam por uma fase de descrédito, com a falência de uma importante bolsa de comercialização, e dúvidas sobre sua regulação, mas isso não impediu que a Bloomberg passasse a colocar as cotações da moeda virtual em seus terminais, usados por traders, na semana passada.
El Niño
O mercado de commodities agrícolas começou a colocar nos preços os efeitos do fenômeno El Niño, que está se formando no Pacífico e deve influenciar o clima da América do Sul nos próximos meses. Como a previsão é de aumento de chuvas no Sul e Sudeste, a possibilidade de haver El Niño até o fim do ano elevou a cotação de alguns produtos, entre eles café e açúcar.
Loteria da nota
A Secretaria da Fazenda não estimou em quanto a arrecadação pode aumentar com o programa de loteria fiscal lançado no mês passado. Provavelmente porque o impacto não existe. Hoje a maior parte da arrecadação de ICMS é feita por substituição tributária, ou seja, o produto já vem de fábrica com o imposto embutido. Enquanto isso, a Sefa paga os prêmios, o contribuinte paga pelo SMS para participar e a empresa contratada para gerir a loteria ganha.