Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Boletim

Otimismo sem PIB

 |

O mundo das finanças é construído da relação entre otimistas e pessimistas. O problema é que você só descobre se está pessimista ou otimista depois que a coisa acontece. Nos últimos anos, havia muita gente otimista no Brasil. As previsões de crescimento e inflação, por exemplo, foram sendo revistas para pior. Neste ano, a média do mercado é mais pessimista que em anos anteriores (crescimento de uns 2%, inflação na casa dos 6%).

Os tempos são duros para quem quiser algo um pouco melhor do que isso. Não há no radar nada de novo. As concessões federais andaram muito pouco – só alguns aeroportos e rodovias federais vão receber investimento privado em 2014. O investimento público vai sofrer o corte de sempre para as contas fecharem no fim do ano. As empresas não encontram muita razão para investir. E o dado sobre a renda publicado pelo IBGE na semana passada, mostrando o menor crescimento desde 2005, é um sinal de que não se pode esperar muito do consumo.

Há uma alternativa para não se perder tempo torcendo contra os pessimistas: a tese de que o Brasil encontrou o caminho de melhorar de vida sem crescimento. A ideia é que o país faz as pessoas viverem melhor (serviços públicos, transferência de renda) sem precisar de crescimento de 4% ao ano ou mais. No fundo, é uma piada de mau gosto, de gente que não conhece a vida de quem ganha pouco, pega ônibus, usa o SUS e não tem capacitação para o trabalho.

Precisamos de razões um pouco melhores para algum otimismo do que ignorar o PIB. O duro é que janeiro não foi muito generoso em boas notícias na economia.

Novo ICMS

Mais setores começam a pagar o ICMS no Paraná pelo sistema de substituição tributária. O assunto é chato, mas tem impacto na vida de todo mundo. Por esse modelo de cobrança, o imposto é pago na fábrica, de uma vez, em uma conta na qual a Secretaria da Fazenda estima qual é o preço final do produto. Entram agora setores como o de alimentos, brinquedos, materiais de limpeza e produtos para a casa.

O governo do estado defende a substituição porque ela combate a evasão fiscal. O problema está na conta do imposto devido. No passado, setores como o de bebidas e combustíveis reclamaram que o cálculo aumentou o preço final de seus produtos.

Mais uma vez, sem linha

Há um ano surgiu a notícia de que parques eólicos que estavam ficando prontos no Nordeste não podiam gerar energia porque não tinham linhas de transmissão. Para este ano, a notícia vai ser a mesma. Parte da energia eólica que deveria entrar no sistema vai atrasar porque as linhas não ficaram prontas. Energia cara não é culpa do calor.

Aeroportos na Copa

Mesmo com aeroportos com obras atrasadas e estruturas acanhadas, não há muito com o que se preocupar para a Copa. Pelo menos é o que defende a Abear, associação que reúne as companhias aéreas, que apresentou dados sobre movimento aéreo na Alemanha e na África do Sul durante a competição. A conclusão é que não houve um aumento excepcional por causa do torneio.

A teoria de que não haverá caos aéreo faz sentido. Durante a Copa haverá férias escolares e um movimento menor no turismo de negócios. O que as companhias queriam mesmo é direcionar aviões de rotas de demanda menor para aquelas que atendem as cidades-sedes. A manobra já foi autorizada pela Anac.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.