Em alta
México
Foi escolhido o grande vendedor em Davos por um blog do Financial Times por se apresentar como uma grande oportunidade de negócios, com estabilidade. O Brasil foi o grande perdedor.
Em baixa
Para o Google, perder alguns bilhões de dólares na venda da Motorola para a Lenovo não faz muita diferença. Mas confirma que a empresa não consegue fazer o que a Apple faz. Cada um na sua.
O mundo das finanças é construído da relação entre otimistas e pessimistas. O problema é que você só descobre se está pessimista ou otimista depois que a coisa acontece. Nos últimos anos, havia muita gente otimista no Brasil. As previsões de crescimento e inflação, por exemplo, foram sendo revistas para pior. Neste ano, a média do mercado é mais pessimista que em anos anteriores (crescimento de uns 2%, inflação na casa dos 6%).
INFOGRÁFICO: Inadimplência está em queda no país
Os tempos são duros para quem quiser algo um pouco melhor do que isso. Não há no radar nada de novo. As concessões federais andaram muito pouco só alguns aeroportos e rodovias federais vão receber investimento privado em 2014. O investimento público vai sofrer o corte de sempre para as contas fecharem no fim do ano. As empresas não encontram muita razão para investir. E o dado sobre a renda publicado pelo IBGE na semana passada, mostrando o menor crescimento desde 2005, é um sinal de que não se pode esperar muito do consumo.
Há uma alternativa para não se perder tempo torcendo contra os pessimistas: a tese de que o Brasil encontrou o caminho de melhorar de vida sem crescimento. A ideia é que o país faz as pessoas viverem melhor (serviços públicos, transferência de renda) sem precisar de crescimento de 4% ao ano ou mais. No fundo, é uma piada de mau gosto, de gente que não conhece a vida de quem ganha pouco, pega ônibus, usa o SUS e não tem capacitação para o trabalho.
Precisamos de razões um pouco melhores para algum otimismo do que ignorar o PIB. O duro é que janeiro não foi muito generoso em boas notícias na economia.
Novo ICMS
Mais setores começam a pagar o ICMS no Paraná pelo sistema de substituição tributária. O assunto é chato, mas tem impacto na vida de todo mundo. Por esse modelo de cobrança, o imposto é pago na fábrica, de uma vez, em uma conta na qual a Secretaria da Fazenda estima qual é o preço final do produto. Entram agora setores como o de alimentos, brinquedos, materiais de limpeza e produtos para a casa.
O governo do estado defende a substituição porque ela combate a evasão fiscal. O problema está na conta do imposto devido. No passado, setores como o de bebidas e combustíveis reclamaram que o cálculo aumentou o preço final de seus produtos.
Mais uma vez, sem linha
Há um ano surgiu a notícia de que parques eólicos que estavam ficando prontos no Nordeste não podiam gerar energia porque não tinham linhas de transmissão. Para este ano, a notícia vai ser a mesma. Parte da energia eólica que deveria entrar no sistema vai atrasar porque as linhas não ficaram prontas. Energia cara não é culpa do calor.
Aeroportos na Copa
Mesmo com aeroportos com obras atrasadas e estruturas acanhadas, não há muito com o que se preocupar para a Copa. Pelo menos é o que defende a Abear, associação que reúne as companhias aéreas, que apresentou dados sobre movimento aéreo na Alemanha e na África do Sul durante a competição. A conclusão é que não houve um aumento excepcional por causa do torneio.
A teoria de que não haverá caos aéreo faz sentido. Durante a Copa haverá férias escolares e um movimento menor no turismo de negócios. O que as companhias queriam mesmo é direcionar aviões de rotas de demanda menor para aquelas que atendem as cidades-sedes. A manobra já foi autorizada pela Anac.