Derly é aposentado e tem dois filhos pequenos. Ele escreveu para a coluna contando que consegue economizar R$ 2 mil por mês e pretende juntar dinheiro para custear a faculdade deles. Derly quer sugestões de como investir esses recursos de forma a obter melhores resultados ao fim do período.

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Há duas formas de investimento que parecem talhadas para isso: Tesouro Direto e previdência privada. O Tesouro tende a ser mais trabalhoso e, potencialmente, mais rentável. Já a previdência é bem mais simples, mas pode dar um resultado líquido menor, em função da tributação e das tarifas envolvidas.

Começando pela previdência privada, é bom saber que existem vários fundos no mercado que foram desenhados com esse tipo de preocupação – criar uma reserva financeira para dar um impulso financeiro a pessoas jovens. Qualquer banco ou seguradora terá produtos desse gênero a oferecer. A questão é que esses fundos costumam cobrar taxas de administração, que reduzem a rentabilidade, e taxas de carregamento, que abocanham um pedacinho das contribuições que o cliente faz. Além disso, o investidor precisa se preocupar com o imposto na hora de receber a renda. Pelo ponto de vista da facilidade do processo, entretanto, ela é imbatível: basta escolher o fundo (faça isso com calma, consulte mais de uma instituição e busque nos bancos gente que entenda do assunto; por incrível que pareça, isso é bem raro) e fazer o recolhimento mensal.

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O consultor de investimentos Raul Ribas, da Diversinvest, sugere a Derly o investimento em títulos do Tesouro Direto. São papéis do governo federal vendidos ao investidor, que pagam juros em prazos pré-definidos. Ele indica, em especial, as NTN-B Principais. São Notas do Tesouro Nacional, cujo investimento é corrigido pela inflação (IPCA) mais uma taxa de juros. Nessa modalidade, os valores são pagos ao investidor somente no vencimento, mas o Tesouro faz recompras de títulos semanalmente, a preços de mercado. Ontem, o site do Tesouro Direto tinha à venda NTN-B Principais com vencimentos em 2019, 2024 e 2035. "É o que vale mais a pena, considerando o valor que ele tem para investir e a necessidade dele, que é de aplicação de longo prazo e risco baixo", diz Ribas.

Para aplicar no Tesouro Direto, o leitor vai precisar ter uma conta de investimento em uma corretora (pode ser a corretora do banco) e fazer compras mensais de papéis. Algumas instituições já permitem fazer compras programadas, mas é importante verificar os vencimentos e as taxas ofertadas em cada papel – e isso pode fazer diferença no resultado final.

Ou seja, o Tesouro Direto vai exigir uma gestão mais ativa por parte do investidor. Pelo ponto de vista de Ribas, isso é algo positivo. "Como os aportes serão feitos ao longo do período, ele pode ajustar suas aplicações de acordo com o ambiente econômico", diz. Como se trata de uma aplicação de mais de dez anos – imagino, pelo menos, porque o leitor não disse a idade das crianças –, é bem possível que as condições mudem bastante. Importante, nesse caso, é manter em foco a data (ou as datas) aproximada do resgate.

Mudando de assunto...

Não esperem que os preços dos produtos da cesta básica caiam na proporção que o governo vem falando (entre 9,25% e 10,25%). Esse seria o resultado caso toda a cadeia repassasse integralmente as isenções de impostos federais. Isso não vai acontecer, porque a tendência é que os varejistas e seus fornecedores se apropriem de um porcentual para aumentar suas margens. Faz parte do jogo...

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