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Para o alto, mas mais devagar

Saem hoje os indicadores de inflação mensal do IBGE (IPCA, que serve de referência para a política de metas de inflação do governo federal, e INPC, que acompanha a variação de preços para as famílias de renda mensal até quatro salários mínimos). Neste ano, Curitiba parece estar contrariando seu histórico de cidade cara: tem a menor taxa acumulada de janeiro a agosto, somando 4% (a taxa nacional está em 5,42%). Mas só parece.

A diferença essencial está no grupo Combustíveis e Energia, que registra na capital paranaense queda de 16,72% por causa da revisão tarifária promovida pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sobre as tarifas da concessionária Copel, somada ao fim do sobrepreço ocasionado pela bandeira tarifária. Se a tendência apresentada por outros indicadores se mantiver, Curitiba estará disputando com Porto Alegre o podium de maior inflação para o mês de setembro.

Em todo caso, parece estar se consolidando uma tendência de desaceleração na inflação. Além da natural tendência de os preços subirem menos (ou até caírem) em momentos de recessão, desempenha papel importante a queda nas cotações do dólar. As razões para isso não estão no Brasil, embora o humor dos investidores esteja melhor – passados o processo de impeachment e as eleições, o mercado entende o risco político como algo controlado, ao menos por enquanto. A questão principal é o mercado externo, a trajetória de juros nos Estados Unidos e até o processo eleitoral de lá. Sim, o risco político vale para eles também.

Eleições

Economistas erram muito em suas previsões sobre sua própria área e costumam fracassar de modo monumental quando usam seus modelos matemáticos em outras áreas (as previsões que eles fazem para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos sempre terminam em piada). Mas eles costumam ser bons quando olham para dados passados. Foi de um economista, Roberto Ellery, da Universidade de Brasília, uma das avaliações mais interessantes que vi sobre os resultados das eleições da semana passada. Revisando a votação por partido nas 26 capitais brasileiras, ele concluiu que o PT despencou na preferência do eleitorado, mas a esquerda continua forte, principalmente no Sudeste. Também mostrou que, apesar de sinais difusos de um “endireitamento” do país, nenhum partido reclamou este espaço. O texto completo está no blog dele (link direto em https://goo.gl/k5zXp9).

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