Os juros básicos (a tal taxa Selic) caíram nesta semana, mas não, não temos razão para festa. Foram de 14,25% para 14% ao ano. Caíram, principalmente, por causa da recessão – a baixa demanda leva os agentes econômicos a baixarem preços, com isso a inflação cai e, com inflação em queda, a razão técnica para o BC manter os juros altos desaparece. E os reflexos para empresas e pessoas físicas simplesmente não existem.
Juros menores beneficiariam empresas, que poderiam tomar empréstimos para financiar seu crescimento, e trariam alívio para famílias endividadas. Mas os bancos estão longe de seguir a tendência e reduzirem as suas taxas médias, que estão além da ionosfera: 76,73% ao ano para pessoas jurídicas, e 160,92% ao ano para pessoas físicas (dados de setembro, da Associação de Executivos de Finanças e Contabilidade, Anefac).
Os dados da Associação das Empresas de Cartão de Crédito mostram o resultado disso: o tíquete médio das vendas parceladas no cartão caiu mês a mês, no 1.º semestre deste ano. Janeiro abriu com R$ 375, junho encerrou com R$ 346,80. Com a crise que atravessamos, nem as compras parceladas avançam.
É o Reginaldo?
Ainda não descobri quem é o Reginaldo (aquele da coluna anterior, a quem bancos e financeiras andam procurando no meu número de telefone). Mas recebi uma ligação gentil da área de qualidade do Banco Itaú, dizendo que buscariam identificar o problema e cessar as ligações.
Em favor deles, observo que o Itaú já não liga há algum tempo – talvez o Reginaldo tenha pago a conta, sei lá. Já o banco Pan também parou de ligar, depois que consegui explicar a um supervisor que o Reginaldo não atendia naquele número. Resta, agora, a Losango. Mas não escrevi para resolver um problema meu: tem um monte de gente em situação parecida – afinal, o aumento da inadimplência multiplica também a possibilidade de enganos, erros de cadastro ou mesmo de possíveis devedores mal-intencionados que dão o telefone errado para não se incomodar quando a cobrança chegar.
Gente como o leitor Paulo, que escreveu para dizer que um banco vem ligando todos os dias em busca da Silvana – que o Paulo não conhece. Para pessoas que estão na mesma situação que eu e ele, há a possibilidade de entrar em contato com a ouvidoria do banco e relatar o problema. O Banco Central tem uma lista completa com os telefones e o nome dos ouvidores. Está em https://goo.gl/Pclw2M.
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