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Não é a música do Pato Fu (Tempo amigo, seja legal/Conto contigo pela madrugada/Só me derrube no final...), mas, para quem quer investir, o tempo é um grande amigo. Portanto, quanto mais cedo se começa a guardar dinheiro, melhor.

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Entro no assunto estimulado por um e-mail enviado pelo professor Pedro Piccoli, que leciona finanças na Universidade Federal do Paraná. Ele comentava a coluna da semana passada, cujo tema era possibilidades de aplicação para quem consegue poupar pequenos valores. Ele observou que, no cálculo dos juros compostos, o tempo é a variável mais importante, mais até do que o valor investido e que a taxa de juros.

Ele cita o exemplo hipotético de uma pessoa que consegue guardar R$ 500 por mês durante dez anos. Se ele obtiver uma taxa de juros de 1% ao mês (é uma taxa alta para uma aplicação de renda fixa, quase impossível de conseguir para um pequeno investidor; tome-se apenas para exemplo), ao fim do período ele terá R$ 115 mil, aproximadamente.

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Caso ele dobre o valor investido para R$ 1 mil ao mês, terá em dez anos exatamente o dobro: R$ 230 mil. Se, em vez disso, optar por uma aplicação de mais risco e conseguir uma taxa de 2% ao mês (o dobro da taxa inicial), poupando os mesmos R$ 500 ao mês ele chegará a R$ 244 mil.

Agora suponhamos que o investidor hipotético mantenha a aplicação de R$ 500 e obtenha o mesmo 1% ao mês de juros, mas que dobre o prazo da aplicação para 20 anos. Ao fim do período ele terá R$ 494 mil – mais de quatro vezes o valor da primeira simulação. "E o mais interessante é o fato de que justamente o prazo é a variável que mais está sob nosso controle. Afinal, pode ser difícil conseguir dobrar o valor economizado e, quem dirá, a rentabilidade da aplicação", observa Piccoli.

Muita gente não sabe o que fazer quando tem uma sobra pequena no orçamento. A tentação é gastar – principalmente quando se trata de pessoas jovens, que têm pouca preocupação com o futuro. A matemática, entretanto, está a favor dos disciplinados.

Se você quiser fazer outras simulações como essas, uma ferramenta interessante é a Calculadora do Cidadão, que está no site do Banco Central. Você a encontra no endereço http://www.bcb.gov.br/?CALCULOSINDCOT.

Mudando de assunto...

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Fico surpreso em perceber o quanto Curitiba está se verticalizando. A matéria da repórter Ana Carolina Nery, a respeito de novos projetos comerciais no bairro Batel (publicada no domingo), é mais uma prova de que a tendência está longe de acabar. De certa forma, há nessa última onda uma consequência das altas dos imóveis registradas nos últimos anos: o preço dos terrenos está tão alto em algumas regiões da cidade que a única forma de viabilizar um empreendimento é dividi-lo no maior número possível de unidades.

Moro em edifícios desde os 7 anos de idade (tenho 42), mas creio que deveríamos ter mais casas, de preferência abertas à rua e não encasteladas em condomínios. Pode ser uma leitura demasiado semiológica, mas vejo o condomínio (vertical ou horizontal) como uma estrutura que induz o morador a se fechar mais, afastando-o do convívio da vizinhança; a casa, ao contrário, leva a compartilhar calçada, gramado... Além disso, a verticalização aumenta o número de moradores por quilômetro quadrado e resulta numa concentração da infraestrutura de serviços públicos.

O temor de assaltos parece ser o principal fator a conduzir as pessoas a morar com muros altos, grades e portarias 24 horas. É uma postura conformista – na qual eu me incluo, infelizmente: em vez de demandar de nossas autoridades a segurança de que precisamos, acabamos por nos refugiar em prédios com portões duplos e vigilância eletrônica. Você paga mais pelo imóvel, pelo IPTU e pela taxa de condomínio.

É o medo pesando no nosso bolso.

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