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Na sexta-feira, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou um reajuste para os planos de saúde – ‘7,69%, em muitos casos reatroativo a maio. Ao mesmo tempo, a briga entre as administradoras de planos e os médicos (que pedem aumentos em seus pagamentos) recrudesce. As associações de médicos vêm prometendo um descredenciamento em massa, que até agora não foi visto.

O que se vê é uma falta de cortesia com o cliente de plano de saúde, que não se via tempos atrás. Claro que não dá para generalizar, mas em muitos casos até as secretárias das clínicas andam menosprezando o cliente/paciente que liga para marcar consulta.

Acuado em meio a essa encrenca, vendo-se obrigado a pagar mais e tendo de esperar meses por consultas em algumas especialidades, o consumidor pode estar se perguntando: vale a pena continuar contribuindo para receber em troca um serviço cuja qualidade tem caído dessa forma? Não seria melhor pagar pelas consultas, que nem são tão frequentes assim?

Já tinha escrito uma parte desta coluna quando li a carta do leitor Edson, preocupado com a mesma questão. Ele conta que paga R$ 135 por mês (tem 31 anos), e seus pais (mais ou menos 60 anos) pagam R$ 500 cada. "A mensalidade traz alguma vantagem financeira?", pergunta ele.

É verdade que o plano de saúde pode ser um custo bem pesado para alguém que não tem um contrato corporativo, em que parte da despesa é assumida pelo empregador. Mas, ainda assim, ele pode sair bem mais barato do que um internamento. E mais tranquilo também, porque ninguém gostaria de sair vendendo carro às pressas para pagar uma conta de hospital, por exemplo. Essa é a questão central: consultas não são caras, mas as diárias de hospital são. Ninguém está livre de um acidente ou de cair doente. E ninguém quer "depender do SUS", como já ouvi muitas vezes falar.

Por isso a resposta ao Edson é difícil, em especial no que se refere aos seus pais. No fundo, depende de como a pessoa se sente em relação à sua saúde, sua capacidade de lidar com imprevistos e (isso é muito importante m-e-s-m-o) à existência de uma reserva para gastos de emergência. Se você não tem, creio que não deve nem mesmo cogitar cancelar o plano. Se você adoecer e tiver despesas altas, vai tirar dinheiro de onde? Se for profissional liberal, pior ainda, porque além da despesa terá uma parada total na entrada de recursos.

Minha opinião – e isso não é nada calculado na HP, é apenas uma pessoa escrevendo com base em suas próprias sensações – é de que pessoas de idade e famílias com crianças pequenas deveriam ter uma proteção desse tipo, para cobrar despesas imprevistas.

Sobre a saúde pública, uma última palavra. Não deviam falar tão mal dela. Ela tem deficiências e o atendimento não tem conforto, mas ele costuma funcionar. E mesmo as poderosas administradoras de planos de saúde recorrem a ela muitas vezes. Se você precisar de um remédio importado caríssimo, seu plano não vai pagar. Ele vai encaminhá-lo para a saúde pública. E ela, provavelmente, vai cuidar disso e entregá-lo no prazo.

Meu site, minha vida

Quem busca no Google informações sobre o programa Minha Casa, Minha Vida – carro-chefe do governo federal na área de habitação – encontra numa das primeiras respostas um site cujo endereço é www.minhacasaminhavida.com.br. Lá há um formulário em que se pede, entre outras informações, a renda familiar do internauta e o seu endereço. Se você pensa que se trata de um cadastro do governo para o plano, está enganado. O endereço foi registrado por uma empresa de São José do Rio Preto (SP), chamada Sistema Fácil Incorporadora Imobiliária, pertencente à Rodobens Negócios Imobiliários. Segundo o site da própria empresa (www.rodobens-rni.com.br), a Rodobens Negócios Imobiliários é a 10.ª maior construtora do país.

O interessante é que o plano do governo foi lançado em 2009, e o site foi criado em julho de 2007. Coincidência?

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