Notas
Expedição Safra
Com partida de Cuiabá (MT), a Expedição Safra inicia hoje a 2ª fase do levantamento técnico-jornalístico da produção de grãos. O objetivo é fazer o balanço do ciclo 2013/14. Na 1ª fase, de outubro a novembro, as equipes de campo percorreram as regiões produtoras para acompanhar o plantio e estimar a produção. Agora, os técnicos e jornalistas voltam a campo para a prova dos nove. Eles vão visitar representantes de todos os elos da cadeia produtiva de 15 estados. O roteiro incluiu ainda incursões em países da África, Paraguai, Argentina e Uruguai. Em discussão, o agronegócio sustentável, que tem a ver com produção, mas também com logística e mercado, variáveis que se apresentam como condição para que nos próximos anos o Brasil não tenha que reduzir sua taxa de crescimento no campo.
TecnoFood
Curitiba se prepara para receber em março a TecnoFood e a Mercoláctea, feiras de tecnologia, informação e serviços do mercado de proteína animal e lácteos. Será entre os dias 25 e 27 de março, no ExpoTrade, em Pinhas, Região Metropolitana de Curitiba. Maior produtor e exportador de carne de frango, dono de um dos principais plantéis de suínos e de uma das mais importantes bacias leiteiras do país, a Tecnofood coloca o estado no calendário das feiras de carnes, enquanto que a Mercoláctea reforça as discussões sobre o mercado lácteo a partir do Paraná.
Com a reforma ministerial que deve ser concluída no início de fevereiro, o governo federal deve substituir, entre outras pastas, o titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Antônio Andrade, atual ministro, deve ser trocado ainda não se sabe por quem, ou melhor, por qual partido. Para cumprir a regra e o critério pouco técnico e muito político adotado pelo governo Dilma Rousseff, há grandes chances de o indicado sair novamente das fileiras do PMDB, que está no comando da pasta desde 2007.
Contudo, não está descartada a possibilidade de o nome vir de outra legenda e, pelo menos no caso da Agricultura, o bom senso pairar sobre o Palácio do Planalto e fazer com a definição seja por um titular mais alinhado com as motivações da pasta e os interesses políticos, sim, mas também técnicos do agronegócio. Porque não dá mais para ficar conversando com um partido. O que o Brasil e o Ministério da Agricultura precisam é de um ministro e não apenas de um político.
Em 2013 o país completou 11 anos de governo PT, período em que o Ministério da Agricultura experimentou seis diferentes ministros. Uma média inferior a dois anos de permanência no cargo. Antônio Andrade, que agora em janeiro completa 10 meses no cargo, não terá ficado nem mesmo um ano à frente do Mapa. A marca de menos tempo no comando só foi superada pelo então ministro Luiz Carlos Guedes Pinto, ainda no mandato do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele permaneceu no cargo por 9 meses.
Na era do Partido dos Trabalhadores (PT), que começou em 2003, Roberto Rodrigues (sem partido) esteve no comando por três anos e seis e meses. Em seguida, a grande revelação, pela identificação e respeito que adquiriu com o agronegócio, veio Reinhold Stephanes, que ficou por outros três anos e um mês na direção. E se os dois ocuparam a pasta por quase setes anos, a média dos outros quatro no restante do período em análise ficou muito próxima de um ano apenas.
Então, não há política agrícola que resista ou que possa ser construída diante de tamanha rotatividade. Menos mal que o mercado aquecido é quem tem ditado o ritmo de expansão do setor. Porque a depender das políticas públicas qualquer perspectiva de crescimento poderia estar comprometida. Mas não foi isso que ocorreu. Em 12 anos, a contar com o desempenho da safra em curso, a produção nacional de grãos terá um crescimento de 80 milhões de toneladas.
A se confirmar as 200 milhões de toneladas projetadas pela Expedição Safra Gazeta do Povo para a temporada 2013/14, a variação em volume de produção será de quase 70%. Metade dessa oferta adicional vem da soja, a commodity agrícola com maior liquidez no mercado internacional, que ganhou 40 milhões de toneladas desde então. Com potencial para superar as 90 milhões de toneladas na colheita deste ano, é sempre bom lembrar que nesse patamar de produção a soja consolida o Brasil e sua referência como o maior produtor e exportador mundial do grão.
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