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Giovani Ferreira

Apoio de Estado

Se a prerrogativa no apoio financeiro à agricultura e à pecuária no Brasil é do governo federal, através do Plano Agrícola e Pecuário (PAP), o chamado Plano Safra, qual seria, então, a responsabilidade dos governos estaduais nessa seara? Inicialmente, subsidiar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com informações sobre as demandas regionais à composição da política agrícola para a temporada em curso. Fora isso, o que vier é lucro, uma vez que não há obrigação direta do Poder Executivo estadual no suporte ao custeio, comercialização ou investimento da atividade agrícola e pecuária, função tida como do Executivo Federal.

Em tese, os estados até que deveriam conferir um apoio, mesmo que indireto, à cadeia produtiva, que pode vir com a manutenção das estradas rurais ou então com assistência técnica e extensão rural através da Emater. Na prática, porém, na maioria das unidades da Federação a extensão rural está sucateada e sobra muito pouco, ou quase nada, recurso do tesouro estadual para aplicação no campo. Ou seja, o produtor, a cooperativa e o próprio estado têm mesmo é de se virar com o Plano Safra nacional, com recursos subsidiado, pelo governo federal.

O Paraná, no entanto, não reza essa cartilha e mostra que é possível, sim, participar ativamente do desenvolvimento desse segmento, reforçar a política federal e focar variáveis que podem e estabelecem diferenciais e garantir maior competitividade à produção do estado. Da Patrulha Rural à Adapar, a Agência de Desenvolvimento Agropecuário, o estado tem programas para cuidar das estradas à sanidade agrícola e pecuária, das lavouras e rebanhos. Entre os destaques, tem ainda a subvenção ao seguro rural, que nesta temporada passa a beneficiar não mais três, mas 29 culturas. Em algumas atividades, como no caso do trigo, o prêmio estadual soma-se ao federal e permite redução substancial à contratação do seguro pelo produtor rural.

Enfim, dá, sim, para o governo federal, os estados e, por que não, os municípios promoverem ações conjuntas e alinhadas em prol do agronegócio. Porque apoiar o campo é investir no desenvolvimento não apenas da agricultura e pecuária, mas na promoção econômica e social, na educação, na geração de emprego e renda, dentro e fora da porteira. Em estados como o Paraná, então, que tem a base da sua economia sustentada no agronegócio, o investimento no setor tem um efeito multiplicador e transformador na produção agrícola e industrial, bem como no impacto das atividades paralelas, de comércio e serviços, em especial nos municípios do interior.

Não há dúvida de que o agronegócio é uma das prioridades e goza de um tratamento diferenciado no Paraná em relação ao apoio conferido por outros estados. Agora, a considerar a relevância do setor no estado, como instrumento de promoção econômica e social, investir no campo deveria ser como investir em saúde, segurança e educação. Com uma estrutura fundiária onde predomina o pequeno produtor e as economias regionais, o estado não tem como deixar de privilegiar esse modelo, até como condição à promoção econômica, social e de qualidade de vida do cidadão paranaense.

E ele está fazendo isso. Mas é possível fazer ainda mais.

Carne de frango

Embarques diminuem, mas faturamento aumenta

Segundo o Mapa, as exportações brasileiras de carne de frango totalizaram US$ 3,851 bilhões no primeiro semestre, alta de 7,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. Em volume houve redução de 5,1%, passando de 1,90 milhão de toneladas para 1,81 milhão de toneladas. O preço médio no período ficou em US$ 2.132 a tonelada, crescimento de 13,7%.

No Paraná, no comparativo do 1º semestre de 2013 com o mesmo período do ano passado as exportações cresceram 3,64% em faturamento, saindo de US$ 1,04 bilhão para US$ 1,08 bilhão. O volume apresentou retração de 8,18% e caiu de 585 toneladas para 537 toneladas. O preço médio/tonelada passou de US$ 1,77 para US$ 2, aumento de 12,99%.

O que é preciso explicar é a diferença porcentual razoável entre a variação no faturamento do Paraná e do Brasil. Afinal, não dá para os embarques nacionais crescerem o dobro das vendas externas do Paraná. Até porque o Paraná é o maior exportador de carne de frango. A explicação pode estar no produto usado como base de cálculo, que vai do frango inteiro aos cortes mais nobres e aqueles com menor valor agregado. Será que alguém pode explicar?

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