São Paulo e Mato Grosso, açúcar e soja. Dois estados, dois produtos e contribuições decisivas para a marca histórica de US$ 100,6 bilhões em exportações do agronegócio brasileiro de junho de 2012 a junho de 2013. O estado do Sudeste embarcou no período US$ 22,2 bilhões e o do Centro-Oeste US$ 14,9 bilhões.
Em números divulgados na semana passada pela Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio, do Ministério da Agricultura (Mapa), o Paraná surge em terceiro com US$ 13 bilhões, Rio Grande do Sul em seguida com US$ 11,5 bilhões e Minas Gerais completa o ranking dos cinco maiores exportadores com US$ 7,7 bilhões.
Importante destacar que a participação paranaense ficou prejudicada pela estiagem que reduziu a produção e o embarque de soja do estado, mas não pelo estado, já que o volume embarcado pelos terminais do Paraná não foi impactado. Ao contrário, o volume que passou por Paranaguá foi ainda maior que no ciclo anterior. Os problemas climáticos foram no ciclo 2011/12, com impacto direto no período de análise em questão.
Algo que chama atenção é a grande concentração, principalmente por região exportadora. Os cinco estados citados exportaram quase US$ 70 bilhões dos mais de R$ 100 bilhões registrados no período. Em produto, eu diria que está melhor distribuído, com US$ 11,5 bilhões para soja, US$ 9,8 bilhões para açúcar e US$ 3,4 bilhões de café no somatório dos valores dos principais produtos dos cinco estados.
Na avaliação do Paraná não podemos esquecer do milho. Apesar de o momento ser de preços baixos e vendas externas limitadas, nos primeiros meses de 2013 o cereal estava com as exportações bastante aquecidas. Tem ainda a retomada da avicultura, que no primeiro semestre exportou menos, mas faturou mais em valor embarcado. O valor cresceu 3,64%, enquanto e o volume recuou em 8,18%. São dois produtos ou duas importantes cadeias produtivas que se complementam e que, nos últimos anos, tiveram expressiva e crescente participação no comércio internacional do estado e consequente impacto na balança comercial do Paraná.
Cadê o ministro?
Dois meses depois de apresentar em Brasília o Plano Agrícola e Pecuário, o Plano Safra 2013/14, o governo federal faz um lançamento simbólico, ou melhor, político, do programa no Paraná. Foi sábado, em Toledo, Região Oeste, com a presença da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e do secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller. O Executivo estava bem representado, mas faltou alguém. Aliás, alguém que está faltando nas relações com o estado: o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade. Nos quase seis meses que está no comando da pasta, a atenção do ministro mineiro para com o Paraná não traduz, nem de longe, a importância do estado no cenário nacional do agronegócio.
Café I O descaso
Com custos elevados e preço de mercado abaixo do desembolso necessário à produção, o café do Paraná, que também sofre com o clima adverso da safra atual, enfrenta uma crise que pode provocar danos irreversíveis ao que resta da cafeicultura no estado. Os movimentos de mercado, que trabalham de acordo com os fundamentos de oferta e demanda, são compreensíveis e podem justificar questões de rentabilidade. O que não dá para compreender são definições irracionais, sem o mínimo de lógica política, financeira ou mercadológica. Como é que o a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) do governo federal estabelece o valor de R$ 307/saca, enquanto que o custo de produção calculado pela Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), que também é governo, aponta um custo operacional de R$ 408,94?
Café II A reação
Na sexta-feira, o presidente da Federação da Agricultura do Paraná (Faep), Ágide Meneguette encaminhou ofício ao ministro da Agricultura Antônio Andrade defendendo medidas emergenciais, por considerar que os preços em torno de R$ 250/saca recebidos pelos produtores paranaenses são aviltantes e colocam em risco o futuro do segmento no estado. O documento deve ser entregue hoje, em mãos, pelo presidente da Comissão Técnica de Cafeicultura da entidade, Walter Ferreira Lima. Coincidência ou não, na mesma sexta-feira o Ministério da Agricultura informou que deve divulgar hoje medidas de apoio à cafeicultura. O detalhamento das ações está previsto para acontecer em coletiva que ocorre às 16 horas, em Brasília.
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