Seis meses depois de tomar posse, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) Neri Geller cumpre sua primeira agenda oficial com a cadeia produtiva no Paraná, o segundo maior produtor agrícola do país. Nesse período foram diversas viagens ao Rio Grande do Sul (terceiro produtor), sua terra de origem, e ao Mato Grosso (primeiro produtor), estado onde se estabeleceu como produtor rural. As últimas presenças de Neri registradas no Paraná foram da sua época de secretário de Política Agrícola, função que desempenhou antes de assumir a pasta, em 17 de março de 2014.

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Neri até teve oportunidade e disposição para vir ao Paraná logo após ter assumido o Mapa. Divergências políticas, no entanto, teriam deixado o ministro mais longe do estado. A construção de um encontro que ocorreria com a cadeia produtiva na Secretaria Estadual da Agricultura (Seab), por exemplo, não prosperou porque uma das condições era a presença de Gleisi Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, em um reduto do governador Beto Richa, seu adversário político na disputa pelo governo do Paraná nas eleições em curso. Resta saber como será o encontro de amanhã, mais técnico, mais político ou as duas coisas. Beto Richa, Gleisi e Requião vão aparecer?

Geller se reúne com representantes do setor do agronegócio na sede da Ocepar, a Organização das Cooperativas do Paraná, que tem endereço no Centro Cívico, praticamente ao lado da sede do governo do estado. À tarde, o ministro vai a Cascavel para falar sobre a política agrícola para o trigo, que tem o Paraná como maior produtor e que enfrenta dificuldades de preço e comercialização. Ele deve reforçar o empenho do governo na destinação de R$ 350 milhões para leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor) e AGF (Aquisições do Governo Federal), medidas que se traduzem em subvenção econômica do governo à comercialização e liquidez de um produto com problemas de preço e mercado.

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Sobe e desce

O Paraná recuperou em agosto a posição de terceiro maior exportador do agronegócio brasileiro. No desempenho de julho, o estado ficou atrás do Rio Grande do Sul, que volta para a quarta colocação. No mês passado, seis dos dez maiores exportadores do país tiveram resultado inferior ao mesmo período de 2013, entre os quais o Paraná. Em julho foram US$ 1,28 bilhão do Paraná e US$ 1,36 bilhão do Rio Grande do Sul. Em agosto os paranaenses embarcaram US$ 1,2 bilhão enquanto que o Rio Grande do Sul, US$ 1,18 bilhão.

Acumulado

No acumulado de janeiro a agosto, porém, o Paraná confirma e consolida a terceira posição com ampla margem sobre seu concorrente direto no Sul. O Paraná somou no total de produtos exportados US$ 9,13 bilhões, com destaque ao complexo soja, que embarcou US$ 4,72 bilhões, sendo US$ 3,16 bilhões resultado das vendas externas de soja em grão. Puxado pelo frango, o setor de carnes foi o segundo que mais exportou no estado e atingiu US$ 1,72 bilhão nos primeiros oito meses do ano. No período, o Rio Grande do Sul alcançou US$ 8,32 bilhões. O complexo soja e as carnes também foram os destaques, com US$ 4,24 bilhões e US$ 1,35 bilhão, respectivamente.

Nacional

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Apesar da desvalorização nas cotações, o Brasil continua batendo recordes nas exportações. Os embarques totais do agronegócio nacional atingiram no acumulado de janeiro a agosto US$ 67,61 bilhões. O complexo soja respondeu por mais de 40% do valor com US$ 27,25 bilhões, crescimento de 9,5%. As carnes aparecem em segundo com valor de US$ 11,34 bilhões, o que representou 16,8% de participação.

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