Qual o potencial da oferta e a real dimensão da demanda? Quais as limitações e desafios de um negócio cada vez mais globalizado? Dúvidas, perguntas e reflexões que começaram a ser respondidas, esclarecidas e direcionadas a partir do 1.º Fórum de Agricultura da América do Sul. Evento inédito – histórico do ponto de vista de integração regional – realizado na semana passada em Foz do Iguaçu, em uma parceria inédita do Agronegócio Gazeta do Povo com os seis países que integram o Conselho Agropecuário do Sul (CAS), representado por Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile e Bolívia.

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Uma iniciativa singular, dedicada a cumprir uma lacuna na discussão sobre o futuro do agronegócio mundial. Um debate que chega para preencher um espaço e posicionar uma região que se apresenta como condição ao desenvolvimento do setor. Dona de um potencial que se mostra essencial ao abastecimento e à segurança alimentar, bem como ao fornecimento de energia. Ou melhor, bioenergia, verde e renovável, capaz de fazer frente a uma expansão que precisa ser ordenada e sustentável no conceito mais amplo de sustentabilidade: social, econômico e ambiental. E que, por isso, começa no campo.

Pautado mais por fundamentos que por especulação, o Fórum legitima as discussões de um agronegócio em plena evolução. Coloca na mesa questões políticas e comerciais, mas principalmente de oferta e demanda, tecnologia e infraestrutura. Fatores que, entre outras coisas, estabelecem o diferencial competitivo da atividade e definem as variáveis ao desenvolvimento do setor, seja como agente econômico ou então instrumento que gera emprego e renda e que impacta sobremaneira na promoção social, dentro e fora da porteira. A considerar que boa parte do reflexo da economia agrícola está nos centros urbanos e não no meio rural. Uma colocação feita pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil (Mapa), Antônio Andrade, na abertura do evento, de certa forma, resume uma das principais conclusões do Fórum: "Afinal, o que o mundo espera de nós (sul-americanos)?". Percebam que não é uma resposta, mas uma pergunta, que provoca reflexão, impõe responsabilidade e sugere ação. Como esta, agora, que culminou com a realização do Fórum de Agricultura. Colocamos o mundo para conversar, num debate mediado e patrocinado pela América do Sul. E o mundo descobriu que precisa conversar ainda mais, cada vez mais. Realidade que também é comum aos países sul-americanos porque, infelizmente, eles não sabem, não conseguem ou não querem atuar em bloco.

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Por questões políticas, interesses econômicos ou questões culturais, estamos falando de países muito diferentes, mas que partilham interesses em comum, em especial quando o assunto é agronegócio. Foi o que apontou o Fórum, que através da comunicação começa a vencer a primeira das barreiras, que não é política e muito menos ideológica. Tem a ver com integração, posicionamento e respeito do mundo para com a América do Sul agro. Um ambiente, uma região e um negócio liderado, naturalmente, pelo Brasil. Um país que, mais uma vez, assume seu papel de protagonista, chama a discussão, pauta o debate e cumpre sua obrigação para com o futuro do agronegócio mundial, não apenas da América do Sul, mas a partir da América do Sul.Em suma, o Fórum mostrou que há demanda por alimentos e energia, por proteína animal e vegetal. Bem como deixou clara a participação e responsabilidade da América do Sul nesse contexto, como o fornecedor mundial. Mas revelou que é preciso vencer alguns grandes e importantes desafios. Que também há demanda por informação e relacionamento, em busca de entendimento e posicionamento. E que não há como fazer isso que não seja pela comunicação. Missão primeira do 1º Fórum de Agricultura da América do Sul.

Fórum Mundial

Em menos de dois dias, o Fórum de Agricultura reuniu mais de 300 pessoas. Foram 34 palestrantes, de vários países e continentes, que cumpriram uma extensa e intensa agenda de quatro grandes conferências e 11 painéis. Foram discutidos temas transversais, comuns ao agronegócio brasileiro, sul-americano e mundial, assim como cadeias produtivas, onde foram explorados conteúdos específicos como grãos, carnes, lácteos, bioenergia e outros. Ao todo, representantes de 10 países, como conferencistas ou ouvintes, acompanharam as discussões.