O game Resident Evil: The Darkside Chronicles, lançado recentemente para Wii, pode ser analisado sob dois aspectos. Primeiramente, poderia se dizer que se trata de um jogo para fãs da série. Não traz um enredo completamente novo e serve mais para fechar os buracos deixados pelas 20 e tantas versões anteriores. Faz isso com uma boa competência e ajuda a amarrar as pontas soltas do universo recheado de zumbis. Mesmo assim, paira a sombra de ser apenas mais um game caça-níqueis.
De outro lado, mas não oposto, Darkside Chronicles se destaca ao dar um pouco mais de graça num gênero pouco aceito pelos mais experientes. Com a mecânica "sobre trilhos", é sempre bom perder algum tempo sem se preocupar com o andamento da história e apenas mirar na cabeça de alguns mortos-vivos. A jogabilidade é simples: a movimentação é toda feita pelo computador, assim como mudanças de ângulo de visão. Ao jogador resta "assistir" à aventura despejando uma saraivada de balas virtuais com o sensor de movimento. Em algumas versões vendidas nos Estados Unidos, junto com o DVD vem um Wii Zapper, conjunto plástico que transforma o joystick numa pistola. Ou algo parecido.
Esclarecidos estes pontos, vamos ao enredo. O novo game da Capcom leva Leon Kennedy e o soldado Jack Krauser até as matas da América do Sul em uma missão que se passa pouco antes dos eventos narrados em Resident Evil 4, um dos melhores já lançados. O objetivo deles é adentrar em uma pequena vila para resgatar uma criança. Também devem perseguir traficantes que possam ter alguma relação com a corporação Umbrella, conhecida por seus experimentos secretos que podem estar por trás do vírus que transforma pessoas em zumbis. A narrativa vai se fragmentando a ponto de pular de história para acontecimentos de Resident Evil 2 e Resident Evil Code: Veronica. Como falado anteriormente, quem se preocupar em tentar entender todos os meandros terá que fazer o dever de casa e jogar os mais antigos.
De qualquer forma, a franquia da Capcom faz sucesso (vendeu mais de 40 milhões de unidades) ao dar bons sustos em quem decide encarar a aventura proposta. Com o tiro sobre trilhos, perde-se um pouco o lado de suspense normalmente encontrado na série, focando-se exclusivamente como um jogo de horror de sobrevivência. Isso quer dizer que não há a possibilidade de explorar cenários ou tentar se esconder de algum inimigo. O importante é treinar a pontaria e acerta quase tudo o que se move na tela. Alguns itens deve ser coletados (é só mirar e atirar) para conseguir melhores armas e munição. Já os objetos de cena podem ser danificados conforme a intensidade da ação na tela. Vale a pena destruir tudo, pois alguns objetos guardam boas supressas.
Resident Evil: The Darkside Chronicles está longe de ser um jogo cerebral. É mais recomendado para quem quer diversão intensa com direito a alguns sustos por algumas horas. Avança mais rápido quem tem mais treino no apertar do gatilho e está com a mira em dia. A história deve ser considerada um fator a mais, que pode ser abandonada a qualquer momento para se curtir apenas o tiroteio. Ressalte-se ainda o capricho do trabalho da Capcom com o refinamento dos gráficos e de física. Vale os níqueis empregados.