Dos cinco principais consoles desta geração, apenas o PSP teve um desempenho pífio durante a feira E3, realizada neste mês nos EUA. Um videogame tecnicamente robusto, com um bom número de vendas, mas que está sofrendo uma morte lenta e anunciada. Simplesmente não há jogos que se destaquem na lista dos futuros lançamentos. Para ser mais justo, há apenas dois grandes títulos que devem aportar no portátil da Sony a médio prazo: um novo God of War e a continuação de Little Big Planet. É pouco. Muito pouco para um aparelho que deve ficar no mercado pelo menos mais um ano, já que a Sony nem sequer fala num sucessor. A sensação de abandono aumentou ainda mais depois que o mundo pôde ver como será o Nintendo 3DS, com imagens que saltarão das telas sem o uso dos óculos.
Havia certa expectativa que a falta de anúncio de bons jogos era um indício de que a Sony iria mostrar alguma novidade para o PSP, ou até mesmo um PSP2. Nada, no entanto, foi falado durante a coletiva da empresa. Ou os executivos preferiram esperar para ver o que a Nintendo tinha para mostrar e deixaram o PSP2 para ser apresentado durante a Tokyo Games Show, que ocorre no segundo semestre no Japão, ou o PSP não está entre as prioridades da gigante japonesa. É melhor torcer pela primeira opção.
O PSP é repleto de qualidades positivas. Mesmo tendo sido lançado em 2004, exibe gráficos no mesmo nível do futuro portátil da Nintendo. Pelo menos pelo que se pode observar pelas poucas imagens que foram divulgadas até agora. Tem tela ampla e de qualidade, possui direcional analógico e tem poder de processamento no mesmo nível de Playstation 2. O que falta ao aparelho é um comprometimento das desenvolvedoras, inclusive da Sony. Com seus mais de 5 anos de mercado, ainda é difícil montar uma lista com 10 grandes jogos sem alguma polêmica. Apesar de vender bem o console (estima-se que 60 milhões de unidades tenham sidas vendidas em todo o mundo), os jogos não apresentam bom desempenho nas prateleiras, o que pode justificar o afastamento das produtoras.
Mostrando boa vontade, a Konami desafiou o cenário desértico do PSP e trabalhou duro para lançar, no começo deste mês, um dos melhores jogos do ano, Metal Gear Solid: Peace Walker. E não se trata de um título menor: Peace Walker é um jogo completo, com algumas inovações, e que está a altura da série de sucesso que traz no nome. Um produto de qualidade que se torna indispensável para os usuários do console.
A franquia Metal Gear Solid se divide, basicamente, em duas histórias principais. Em Metal Gear Solid, MGS 2: Sons of Liberty e MGS 4: Guns of the Patriots, o protagonista era o bigodudo Solid Snake em tempos atuais. Já Peace Walker, MGS 3: Snake Eater e MGS: Special Ops contam a história de Naked Snake durante a Guerra Fria. O novo título fecha muitas lacunas da série mostrando, inclusive, porque Naked Snake, futuro chefe de Solid, resolveu criar um esquadrão de mercenários.
A ação se desenrola na década de 70 com a descoberta de um grupo paramilitar da Costa Rica que desenvolveu uma das mais letais armas nucleares, o Peace Sentinels, espécie de monstro robô. O país, cuja a constituição proíbe a criação de forças armadas oficiais, contrata os Militares sem Fronteiras, encabeçado por Naked Snake, para que destrua ou roube o armamento ilegal, que desperta também o interesse norte-americano e russo e pode desestabilizar o balanceamento de forças entre os dois países. Grande parte da aventura se passa em selvas da América Central com o protagonista fazendo uso de camuflagens para se infiltrar em fortalezas inimigas. Os chefes de fase são um grande desafio para o jogador não muito experiente. A boa notícia que é Peace Walker traz um modo cooperativo, que permite que quatro jogadores possam se ajudar para cumprir as missões. Também estão disponíveis disputas online para até oito participantes, o que pode fazer a duração do game se estender por um bom tempo, pois deve demorar para aparecer um lançamento do mesmo nível.