Ficha técnica
BioShock 2
- Plataforma: PS3, Xbox 360 e PC
- Produtora: 2K Games
- Categoria: Tiro em primeira pessoa
- Preço: R$ 199
- Pró: Ambientação
- Contra: Longo tempo de carregamento de fases
Um futuro do pretérito distópico. Assim pode ser descrito o mundo encharcado de bizarrices de Bioshock 2, lançado recentemente para PC, PS3 e Xbox 360. A ambientação, característica que mais se destaca no projeto, é feita em uma realidade alternativa, no "longínquo" ano de 1958. Um futuro, a repetição é necessária, sonhado por quem viveu num passado mais distante. Algo parecido com o desenho dos Jetsons, quando os criadores imaginavam, há muitas décadas, que o nosso presente teria cidades com calçadas rolantes, ônibus voadores, robôs de avental e conversas por videoconferência. Até que não estavam tão enganados.
A série Bioshock, a primeira versão certamente está entre os cinco melhores jogos desta geração, traz uma visão pessimista dos caminhos da humanidade. A cidade de Rapture foi fundada no meio de um oceano para ser uma espécie de refúgio com o melhor que a espécie humana pode gerar: médicos, cientistas, pesquisadores, artistas e outras profissões de suma importância para um ambiente extremamente acadêmico e de pesquisa. O objetivo era proteger os gênios e afastá-los dos comuns que, teoricamente, estavam impedindo o avanço desenfreado das tecnologias.
Este projeto de uma Atlântida intelectual, no entanto, dá errado. Tudo por causa da descoberta de uma substância (chamada de plasmids) que permitia que os habitantes pudessem ganhar poderes especiais. Por volta dos anos de 1950, o caos domina o cenário. Cada vez mais viciados em plasmids, os gênios começam a se matar mutuamente para conseguir recuperar parte do líquido dos corpos dos defuntos. Com isso, a instabilidade se instala e dois tipos de seres acabam se tornando protagonistas neste mundo: as Little Sisters, pequenas meninas macabras que utilizam seringa para recolher plasmids de mortos, e os Big Daddys, seres com armadura robótica super equipada que foram programados para amar e proteger as meninas coletoras.
Este é um jogo de clima, não necessariamente de suspense. Isso quer dizer que não se deve esperar sustos desnecessários, apesar de ter um bom número deles. O que parece importar para os produtores é incutir na cabeça do jogador a sensação de estar em um mundo que não deu cert o, algo parecido com os produtos pós-apocalípticos como o jogo Fallout 3 ou os filmes da série Mad Max, no qual até Tina Turner pode virar rainha. O que nos faz pensar até onde a humanidade pode chegar. Para criar essa desilusão de um futuro utópico que não se realizou, há toda uma gama de elementos de cena, como neons quebrados, corpos pelo chão, e janelas que dão visão para o oceano (Rapture está submersa), que potencializam o sentimento de solidão.
As diferenças entre as duas versões de Bioshock são poucas. Basicamente, muda-se o personagem que pode ser controlado. No primeiro, assume-se o papel de um invasor desmemoriado. Neste, controla-se um Big Daddy. As pequenas mudanças se traduzem basicamente numa movimentação mais lenta agora é necessário guiar um brutamontes robótico e na relação com as Little Sisters, que podem ser adotadas ou mortas. O final muda conforme as decisões tomadas. Também foi acrescentado um modo para ser jogado online.
Bioshock 2 se destaca entre os lançamentos recentes, mas não consegue, em momento algum, suplantar o original. Talvez porque todas as ideias já nos foram mostradas há dois anos e o roteiro atual, apesar de fazer a troca de protagonistas, acaba sempre batendo na mesma tecla. Da jogabilidade pode-se dizer que está calibrada como poucos jogos, tornando-se invisível na maior parte das vezes. Não é preciso de muito estudo para aprender a jogar. Com uma curva de aprendizado curta, qualquer pode se aventurar no soturno mundo de Rapture em poucos minutos. O objetivo dos desenvolvedores parece ser claro: imergir o jogador o mais rápido possível num ambiente melancólico, infestado de pessimismo. Ponto para eles.
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