Se todas as tendências da E3 se realizassem, hoje estaríamos desfrutando de um novo conceito de videogame. Os consoles deixariam de ser tão imponentes para dar lugar a uma caixinha (ou set top box) que conectaria o jogador a um servidor central de internet com milhares de jogos. A mídia física, especificações técnicas e de compatibilidade seriam problemas do passado. A realidade é que os grandes anúncios realizados no ano passado, como o projeto Onlive, nem sequer saíram do papel e, para o grande público, não passam de apenas um conceito. Ou nem isso. Mas nem sempre é assim. A edição deste ano da maior feira de games do planeta parece apontar para um caminho mais pragmático. Focado numa experiência mais casual e com um mercado bem mais amplo.Sempre na vanguarda, a Nintendo foi o grande destaque entre a crítica ao mostrar em forma física como serão os jogos portáteis em pouco tempo. Com o 3DS, propõe um mundo em terceira dimensão sem uso de óculos. Segundo os jornalistas que puderam colocar a mão no aparelho durante a conferência, funciona de forma mais que satisfatória. Neste mesmo campo, muitos jogos de consoles mais parrudos, como o Playstation 3 e Xbox 360, devem chegar no mercado já compatível com a nova tecnologia. Alguns de forma extremamente imersiva, com uso de óculos e que necessitam das ainda caríssimas TVs 3D.
O mais interessante da feira, no entanto, foi a consolidação dos sensores de movimento, que chegaram ao mercado em 2006 com o lançamento do Nintendo Wii. Com a fórmula de sucesso consolidada, Sony e Microsoft resolveram correr atrás de um público que prefere jogos mais simples e com mais interação motora. O produto mais ousado é o Kinect para Xbox 360, um conjunto formado de câmeras e microfone que abole completamente os controles tradicionais. Para jogar basta estar na frente do videogame, que fará um reconhecimento do ambiente e permitirá a ação de até quatro pessoas em um mesmo jogo.
Nas demonstrações ao público, o projeto, que deve ser lançado antes das festas de fim de ano, mostrou aplicações bem interessantes. No melhor estilo tamagochi, aqueles antigos bichos virtuais (em formato de chaveiro) que necessitavam de muita atenção e infestaram o mercado nos anos 90, Kinectimals permite que o jogador interaja com animais apenas com gestos e comandos de voz. O resultado parece interessante e mostra que a Microsoft deu um passo adiante na questão de interação. Simplesmente não há mais controles físicos. A má notícia é que o kit deve custar cerca de U$ 150, quase o preço do videogame novo. Mais interessante ainda é saber que Alex Kipman, criador do Kinect, é curitibano.
Conservadora, a Sony apresentou o Move, uma versão bombada do wiimote. O kit completo e com melhor desempenho tem uma câmera, controle de movimento e um segundo controle para navegação. Tudo sai por U$ 99, mas somente com o segundo item (U$ 49) já é possível usar os recursos. A gigante japonesa preferiu não arriscar e seguiu à risca a fórmula que tem dado certo no Wii: preço acessível + jogos simples de esportes. Aparentemente, o Move tem as mesmas características do concorrente, diferenciando-se mais na questão de qualidade de acabamento e refinamento de tecnologia. Nas demonstrações, a Sony fez questão de mostrar que seu produto é muito mais preciso que o dos concorrentes.
Ao contrário dos destaques do ano passado, a E3 2010 mostrou produtos que realmente devem conquistar uma grande parte do público. Neste ano, abriu-se o caminho para a abolição dos tradicionais (e antigos?) joystick forrados de botões. Se a estratégia da Microsoft e Sony chegarem a um resultado próximo ao do Wii, líder em vendas na geração atual, é provável que o gesto acabe sendo definido como o padrão de interação entre jogador e videogame, transformando o joystick em acessório para um nicho, como as guitarras de plástico.
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