A imaturidade talvez seja um dos maiores motivos que atrapalham o desenvolvimento de um profissional. Esse tipo de comportamento prejudica o clima organizacional, o relacionamento com colegas e superiores, a produtividade e, também, a vida pessoal. Porém, como em muitas situações, é possível observar os comportamentos e fazer com que eles sejam superados, basta que a pessoa reconheça sua personalidade e tenha vontade de mudar.

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Lembro-me de quando fui transferido para o setor de recrutamento, há algumas décadas atrás, em que conheci Miranda. Sua personalidade foi memorável na minha vida. Uma mulher sempre radiante. Sua juventude se escondia perante sua responsabilidade. Apesar disso, contava também com uma personalidade explosiva, ela dificilmente pensava antes de responder quando se sentia incomodada com algo.

Era o tipo de pessoa que não aceitava que lhe dessem ordens, até mesmo em suas relações não profissionais. Bastava decidir um restaurante que não gostasse para que ela fizesse o famoso "bico". Entretanto, em conjunto com sua personalidade imatura, somam-se características pouco encontradas na maioria das pessoas.

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Miranda era entusiasmada e vibrante, tanto com o trabalho quanto com a vida. Talvez por não levar tão a sério suas obrigações, não carregava preocupações ou desespero em seu dia a dia. Mas sua falta de maturidade acabava apagando suas melhores qualidades.

A imaturidade afeta o ajustamento do indivíduo a seu meio, porque ele nunca está disposto a sacrificar seus interesses em benefício dos outros e tampouco consegue realizações a longo prazo, a ponto de seu egoísmo levá-lo a ser rejeitado pelo grupo. Foi o que aconteceu com Miranda. Os colegas acabaram não sabendo lidar com seu humor birrento e genioso e começaram a evitar maiores aproximações.

Na mesma empresa, conheci Tatiana, uma pessoa que possuía todas as qualidades de Miranda, era espontânea e alegre. Porém, contava com um domínio de sua inteligência emocional, que em nenhum momento senti sua insegurança ou destempero com qualquer fato que fosse. Mesmo que alguma situação não a agradasse, ela continha seus sentimentos e agia racionalmente.

Quem tem essa capacidade de autoconhecimento emocional, consegue identificar suas reações e também as dos outros, bem como saber trabalhar cada uma delas em diferentes situações. O profissional emocionalmente inteligente tem condições de incentivar a si próprio e de seguir em frente mesmo diante de decepções. O que não acontecia com Miranda, que quando algo dava errado não conseguia conter as emoções e se manter firme diante da situação. No mundo corporativo, a imaturidade é tratada como um defeito, e não somente pelas atitudes impensadas, mas pelo vocabulário, modo de vestir e também pelas reações comportamentais aos acontecimentos do dia-a-dia organizacional.

Se você é imaturo, ou possui qualquer outro gap, e sente que isso esteja impedindo seu crescimento profissional, é possível procurar os métodos tradicionais de coaching, aconselhamento de carreira ou mesmo definir um mentor. Escolher alguém que você tenha uma admiração profissional e, além de tudo, que tenha características que você também gostaria de ter.

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Um mentor seria um executivo que adquiriu "senioridade", liderança e reconhecimento profissional e que, como uma espécie de padrinho ou tutor, "adota" um colaborador, servindo-lhe de orientador na carreira. Nessa função, ele indica o melhor caminho, conduz melhores escolhas e ajusta seus comportamentos para multiplicar as chances de sucesso.

Procure alguém que possa ajuda-lo em sua carreira e que lhe faça refletir sobre suas ações tomadas e que lhe proporcione uma nova visão profissional. Nesta terça-feira, falarei mais sobre imaturidade profissional e sobre como fazemos para que isso não prejudique nossos anseios. Até lá!