É raro, devido à competitividade do mercado, mas relacionamentos a la "Sr. e Sra. Smith" existem sim. Para quem não assistiu ao filme, explico: para algumas pessoas, a vida lhes proporciona um desafio delicado – namorar ou casar com o seu concorrente.

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É fácil imaginar a dificuldade de lidar com uma situação como essa, ainda mais se as empresas em que o casal trabalha são concorrentes diretas. Não querendo me apegar aos clichês "o amor é cego" ou "não escolhemos quem amamos", mas a verdade é que quando gostamos de alguém, não tem jeito. Não importa se a pessoa é mais rica, mais pobre, se é seu chefe, seu funcionário, seu colega ou seu concorrente.

Entretanto, por mais que tudo isso seja romântico e até mesmo poético, é preciso que haja muita maturidade por parte do casal para saber tomar decisões coerentes e separar o trabalho do casamento para que nenhum dos dois seja prejudicado.

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Em alguns setores do mercado, como o de bebidas alcóolicas, refrigerantes, cigarros e alimentos, a competitividade é ainda maior do que a média. Isso significa que é praticamente inadmissível alguém se relacionar com outra pessoa que trabalha na empresa concorrente – e quanto maior foi o cargo do profissional, mais delicada é a situação.

Imagine um (a) diretor (a) de marketing de uma empresa se relacionando com um (a) analista da mesma área de outra empresa concorrente. Dependendo do perfil dos profissionais, a probabilidade de informações internas serem vazadas é alta, o que é um risco para ambas as empresas.

Quando o relacionamento de profissionais de alto nível de empresas concorrentes acontece, algumas medidas podem ser tomadas para amenizar a situação e ninguém sair prejudicado.

Primeiramente, é importante que o casal faça uma análise estritamente racional da situação. Devem ser considerados aspectos como: o perfil das empresas em que trabalham, o nível de competitividade entre elas, os problemas que poderiam ocorrer causados pelo relacionamento, etc.

É preciso muita maturidade para chegar a respostas realistas e coerentes. Cada aspecto da situação deve ser analisado com frieza e, finalmente, se o casal chegar à conclusão de que não existe problema em ficar junto e, simultaneamente, trabalhar como concorrentes, o próximo passo é revelar. Isso mesmo. Honestidade, por mais difícil que seja, é a melhor solução para uma situação como essa.

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Os dois envolvidos devem conversar com seus superiores e, juntos, analisarem a situação de maneira madura. Se o casal concluir que não há problema, provavelmente o chefe concordará.

Entretanto, se, após a análise, for verificada que a situação realmente é delicada demais para "dar certo", a conversa terá que ser mais séria. Nessa situação, se o casal realmente quiser manter o relacionamento, algum deles terá que abrir mão do trabalho atual. A pergunta difícil de responder é: "Quem?" Bom, nesse momento é preciso analisar qual dos dois tem mais chance de crescer na empresa. Isso pode ser feito baseado no potencial do profissional, no cargo que ele ocupa, na situação atual da empresa e na remuneração de cada um.

É claro que não é uma tarefa fácil, porém é necessário que seja feita "em pratos limpos", com o consenso do casal para que sua vida profissional não seja afetada e não comprometa o futuro da carreira – ou o romance – de nenhum dos dois.