Ao ser questionado sobre o que uma pessoa deveria fazer bem, Freud respondeu: "Lieben und arbeiten" – "amar e trabalhar". Em suas palavras, a conjunção trabalho e família é o que faz com que sejamos psicologicamente sadios, ou seja, efetivamente felizes. Nesses novos tempos, a condição profissional oferece a possibilidade de fazer com que o trabalho seja não só um meio de vida, mas também um novo sentido de existência.

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Apesar disso, muitos dos profissionais se encontram insatisfeitos com o seu trabalho. Muitas vezes por ansiedade, intolerância, nervosismo, inveja e muitos outros sentimentos que fazem com que o trabalho seja um dos maiores motivos que levam os profissionais à infelicidade crônica, à depressão.

No artigo de hoje contarei a história de Wilson, que iniciou sua carreira como trainee de uma multinacional e aos 30 anos já era gerente de produto no setor de marketing da companhia. Era um jovem ativo, dinâmico e extrovertido e possuía uma visão estratégica que o destacava dos demais gerentes. Por desenvolver sua função com excelência nessa corporação, foi reconhecido e convidado para gerenciar outro setor, o de vendas. O desafio era grande e ele iria assumir uma equipe maior do que estava acostumado no antigo cargo. No setor de marketing possuía 15 subordinados e no novo setor assumiria uma equipe de 70 pessoas.

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Como Wilson era visto por todos como um homem dos negócios, todos acreditaram que ele seria o melhor gerente de vendas que a empresa já viu. Porém, não foi exatamente o que aconteceu. O gestor viveu um drama durante dois anos: todos os dias, ao chegar no trabalho, já tinha vontade de voltar para casa. Para ele, trabalhar se tornou um enorme sacrifício e foi difícil descobrir que poderia ser feliz na nova função. Além da infelicidade e da insatisfação profissional, ele teve vários problemas de saúde, como dores de cabeça e doenças causadas pelo estresse, como psoríase e bruxismo.

Por mais que a área de marketing fosse conhecida como uma área de muitos desafios e estresse, a de vendas conseguia ser ainda pior. Com um volume maior de trabalho e uma pressão constante por parte da diretoria, Wilson mostrou não estar preparado psicologicamente para enfrentar tudo isso. Pensou em pedir demissão várias vezes, mas não queria desgastar sua imagem na empresa que até então era tão boa.

Entretanto, a empresa logo percebeu que a área não estava indo bem e não demorou muito para desligar Wilson da empresa. Nesse caso, podemos dizer que os dois lados perderam. A empresa perdeu um excelente profissional de marketing e Wilson acabou perdendo o emprego.

No ambiente profissional, a busca pela felicidade faz parte de um contexto em que existem direitos e deveres, pessoas interligadas com objetivos pessoais e outros comuns. A felicidade, porém, tem aspectos mais individuais do que coletivos e cada um precisa encontrar dentro de si um sentido para vivenciar isso tudo. Quando recebemos uma proposta profissional precisamos avaliar se isso realmente irá nos fazer bem. Para a maioria das pessoas, o salário vem apenas em terceiro lugar, atrás da qualidade de vida, da possibilidade de crescimento e de fazer o que gostamos.

Por fim, posso dizer que funcionários infelizes geram perda de produtividade e, consequentemente, custos para a empresa. Na contramão, colaboradores felizes dificilmente pedem demissão e comumente têm um melhor desempenho. Dessa maneira, cabe às empresas criar condições para que as pessoas busquem essa satisfação no trabalho e convivam em um ambiente agradável.

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No artigo de terça-feira falarei sobre como as empresas podem fazer com que o ambiente organizacional possibilite que tenhamos profissionais se sentindo felizes e, consequentemente, mais produtivos. Até lá!