Várias são as questões que compõem um bom profissional. Porém de nada adianta você ser excelente no que faz, e não possuir uma imagem pessoal positiva. É claro que o principal fator que conduz o desenvolvimento de cada profissional é a sua competência. Porém a maioria daqueles que apenas executam bem o seu trabalho e nada acrescentam para sua imagem, conseguem, muitas vezes, garantir seus empregos, mas não obtêm o mesmo progresso daqueles que desenvolvem a sua marca pessoal. E é sobre como podemos construir uma identidade corporativa que eu venho falar hoje.
Um fator que atrapalha na construção da imagem pessoal é o nosso inconsciente. Em outras palavras, podemos dizer que algumas pessoas acham que sua imagem é melhor do que ela realmente é. Por que isso acontece? Segundo um estudo feito pela emissora inglesa BBC, a nossa consciência ocupa no máximo 5% do cérebro humano. Todo o resto, 95%, é o reino do inconsciente, ou seja, muito do que você faz o tempo inteiro, está fora de sua percepção.
Podemos perceber essa interferência, por exemplo, quando planejamos um discurso, e no momento da apresentação, acabamos reproduzindo o assunto diferente do que havíamos planejado. Isso nos leva as famigerada perguntas: "Por que eu disse isso?" ou "como pude esquecer daquilo?", é um dos exemplos do nosso inconsciente em ação. O mesmo acontece quando estamos lendo e o nosso cérebro transforma automaticamente palavras em imagens, e vice versa. Podemos fazer a analogia do inconsciente como um software automático, que trabalha nos bastidores, buscando e assimilando informações já presentes no nosso cérebro.
Então, se boa parte das nossas reações estão fora de nosso domínio, o que podemos fazer para construir uma boa imagem profissional e ser como gostaríamos? Um dos primeiros passos pode ser buscar o autoconhecimento. Realizar um estudo que possibilite voltar para si mesmo e que permita o conhecimento de suas qualidades, defeitos, seus limites; o que mais o perturba, o que liga seu sinal de alerta, o que o deixa inseguro. Enfim, abrir as portas para fazer todas as perguntas possíveis e encarar as futuras respostas.
Há diversos livros que facilitam o conhecimento desse universo pessoal, como por exemplo, o "Descubra seus pontos fortes" dos autores Marcus Buckingham e Donald O. Clifton. Por meio de testes e uma análise interior, o livro permite que o leitor faça reflexões sobre suas características e como poderia refinar seus pontos fortes no mundo profissional. Outra alternativa também é realizar um dos testes disponíveis na internet. Entre eles, um muito popular, e que possibilita um grande mergulho na descoberta da nossa personalidade, é o da Janela de Johari, teste que permite avaliar o grau da nossa percepção nas relações pessoais, e que aponta as características do nosso comportamento que são percebidas pelos outros, mas das quais não estamos cientes.
Após buscar esse autoconhecimento, podemos mais facilmente trabalhar na construção da nossa imagem pessoal, que por sua vez, deve acontecer no dia a dia, espontaneamente. A propósito, também há muitos outros fatores que podem auxiliar na construção dessa imagem que o profissional deseja passar para os outros. Como: relacionamento interpessoal, qualificação, publicidade, ética, entre outros.
Relacionamento interpessoal: possuir e estimular um bom relacionamento entre os colegas, promover sentimentos de simpatia e positividade, expor disposição, que também favorecem a interação e a produtividade em equipe. Quando os outros idealizarem seu lado profissional, auxiliarão à você uma imagem de um profissional comprometido e confiável.
Qualificação: é necessário buscar continuamente aperfeiçoamento em suas técnicas e conhecimentos. Cuidar de sua formação acadêmica/profissional é obrigatório. Às vezes, ouço alguns absurdos que me deixam decepcionado. Nunca (nunca mesmo) sabemos o suficiente. Por isso estar na instituição, seja fazendo uma graduação, pós, mestrado, línguas ou qualquer outro curso, é importantíssimo. Além disso, é fundamental ler jornais e revistas para saber o que acontece no mundo, além de livros teóricos para viver em constante atualização em seu segmento. Lembre-se, ninguém associa ou indica profissionais sem credibilidade, conhecimento é essencial.
Publicidade: o que não se pode negar, no entanto, é que o primeiro julgamento é o visual. E no mercado de trabalho não poderia ser diferente, essa exterioridade tem muito valor. Entretanto, não é questão de ser bonito ou feio. Uma pessoa pode possuir uma beleza física e não ter uma boa imagem pessoal. Possuir boa aparência é parecer saudável, manter a higiene em dia, vestir-se de acordo com o ambiente frequentado, cuidar dos cabelos etc. Vale a pena dispensar um tempo para a embalagem do nosso produto, que somos nós mesmos. Afinal, quem compraria um produto amassado ou sujo?
Junto disso também não podemos esquecer-nos da imagem que projetamos pelo Facebook e LinkedIn, por exemplo. Muitos profissionais criam um personagem ético e culto para o LinkedIn, mas no Facebook abusam de fotos desapropriadas e associações não profissionais. O cuidado deve ser redobrado nessa exposição, afinal, as duas estão à disposição de pesquisa. O conselho que eu dou é buscar ser profissional nas duas redes, ninguém irá contratar uma pessoa que diz que é uma coisa, e na verdade é outra.
Ética: ser ético é simplesmente ser profissional. Proceder sem prejudicar os outros, seguir os valores e regras da empresa. Honestidade é uma grande qualidade, não só no ambiente de trabalho, como na vida. É comum encontrar profissionais descomprometidos por aí, mas felizmente a carreiras desses espertalhões não costumam ser longas. Como Abraham Lincoln disse "É possível enganar algumas pessoas todo o tempo; é também possível enganar todas as pessoas por algum tempo; o que não é possível é enganar todas as pessoas todo o tempo".
Certamente todos esses fatores não irão garantir a construção de uma boa imagem profissional, não há uma fórmula mágica para tal fato. Essa construção é determinada pelos valores de cada um e a beleza está nisso, na singularidade. Estamos longe de ser perfeitos, mas podemos tentar, não?
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