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A história da revolução industrial é bastante conhecida por todos. Foi naquela época em que as condições de trabalho começaram a ficar melhores para quem não era empresário – ou seja, praticamente todo mundo. De lá para cá, e lá se vão apenas dois ou três séculos, podemos notar que o mundo se desenvolveu com uma velocidade impressionante. Dentre as importantes mudanças, talvez a invenção da máquina a vapor tenha sido a mais significativa, se considerarmos que ela foi a precursora do que hoje conhecemos por máquinas e robôs.

Esse assunto me faz lembrar uma visita que realizei na década de 70, a uma feira de inovações no Rio de Janeiro. Foi nesse evento que conheci pela primeira vez um robô. Aquele, em especial, era capaz de carregar uma cadeira e pintá-la cuidadosamente. Diante dessa inovação, eu e um amigo iniciamos uma conversa sobre o que essa pequena máquina poderia impactar na sociedade e de como novos robôs poderiam ser facilmente incorporados no nosso cotidiano. É claro que isso não aconteceu na velocidade e proporção que imaginamos, mas hoje percebemos que tais inovações não estão mais tão distantes.

O interessante é analisarmos como, com o passar do tempo, nossos braços e pernas foram trocados por rodas, parafusos e braços mecânicos. Podemos dizer, com tranquilidade, que quanto mais operacional, repetitivo e simples é o procedimento, maior a tendência de que seja criada uma máquina para realizar esse trabalho.

Recentemente li uma matéria que citava a invenção de um robô, desenvolvido por japoneses, que era capaz de aprender, pensar e agir por conta própria – e ainda decidia com base nos acertos e erros prévios. Quando lemos assuntos como esse no jornal, imaginamos que ele ainda faça parte de um futuro distante. Mas, na verdade, não está tão distante assim. Hoje dificilmente encontraremos um trabalho que não utilize máquinas ou robôs. A automação é uma realidade cada vez mais presente, capaz de acelerar a produção e garantir cada vez mais a eficiência ou a velocidade nas tarefas.

É importante lembrar que um robô não precisa de férias, de 13.° salário e muito menos de motivação para realizar as suas tarefas. Basta energia elétrica. Com esses prós, normalmente a vitória na disputa fica com os robôs, mas devemos lembrar que, apesar das vantagens trazidas por eles, ainda estamos longe de alcançar a substituição total. O fato é que, por mais rápido e preciso que um computador possa ser para realizar uma função humana, ele não pode pensar como um e também não conseguirá agir fora de sua programação ou do conteúdo previamente instalado.

Os robôs ainda não fazem parte do nosso dia a dia, mas não estamos percebendo como nossa vida está sendo controlada por artefatos tecnológicos. Estamos utilizando as tecnologias como verdadeiras extensões do nosso corpo, como disse McLuhan. Quando esquecemos o celular em casa, por exemplo, é como se estivéssemos sem um braço ou uma perna. Aparentemente o ser humano está se transformando também em um ser multitarefas. Conseguir ouvir música, dirigir, conversar e mandar uma SMS ao mesmo tempo é algo natural em nosso cotidiano. Convivemos entre as máquinas, adaptamo-nos a esses aparelhos e ainda pensamos que os Robôs fazem parte de um futuro distante? Não seríamos nós mesmos, parte humanos, parte robôs?

Após a revolução industrial demos início a esse progresso tecnológico sem fim. Como vimos, o desenvolvimento da chamada inteligência artificial – e até das máquinas leitoras de sonhos, por exemplo – já é uma realidade, porém, quando o ser humano cria um novo artefato, ele não consegue medir a dimensão que ele alcançará no futuro. Quando a Internet foi criada pelos militares, em plena Guerra Fria – destinada apenas para estabelecer uma comunicação entre as forças armadas americanas – não se previa que futuramente o mundo dependeria dessa ferramenta para quase tudo. Da mesma forma, Gutenberg não imaginava que após criar a prensa, possibilitaria que a população tivesse acesso a livros, a ciência europeia se desenvolvesse e a opinião pública ganhasse uma força que tem hoje.

E os robôs? Qual será o impacto que eles causarão no trabalho e em nossas carreiras nas futuras gerações?

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