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Talento em pauta

Meu chefe é mais novo que eu

Considero imaturo ainda dizer que é uma tendência, mas há cada vez mais jovens assumindo cargos de liderança dentro das organizações, tendo sob suas tutelas profissionais mais velhos. E dá para entender porque algumas dessas pessoas que se encontram liderados por jovens não encaram de forma natural essa realidade. É que para muitos desses profissionais mais velhos, é praticamente inaceitável admitir que alguém que não tenha "calos nos cotovelos" possa comandar uma equipe tão bem quanto eles mesmos se julgam capazes de fazer.

Repare que eu prefiro chamá-los de profissionais "mais velhos" do que "maduros". A verdade é que maturidade não está diretamente ligado à idade. Conheço jovens que pensam e agem com uma maturidade que muitos quarentões e cinquentões não possuem. E é aí que mora o maior preconceito com os jovens líderes que abocanham vorazmente o mercado. Seus subordinados mais "experientes" não lhes dão o devido crédito e voto de confiança, simplesmente por entenderem que alguém que mal entrou no mercado de trabalho possa assumir algumas responsabilidades.

Experiência e vivência, porém, são situações que variam de indivíduo para indivíduo. Não há regras e, mesmo que houvesse, para toda regra há exceções, não é mesmo? Existe jovens que enfrentaram situações realmente atípicas ao longo de sua vida (pessoal e profissional), o que lhes confere uma real capacidade resiliente, de decisão e de jogo de cintura. Três características pertinentes a um bom líder. Aliás, eu diria que liderar pessoas mais velhas que si próprio é, na verdade, mais um grande desafio. Não podemos negar que alguém com dez, vinte anos a mais que nós mesmos, certamente vivenciou mais situações que nós mesmo. O que, volto a dizer, não é sinônimo de preparo para assumir alguns desafios, como o da liderança, por exemplo.

Liderança é uma qualidade nata, porém pode ser adquirida através de estudo técnico, teórico e, principalmente, do comportamento humano. Sem contar, é claro, das experiências adquiridas ao longo dos anos.

Acredito de fundamental impor­tância que nós, profissionais mais velhos, experientes e maduros, saibamos encarar o movimento que o mercado de trabalho vem fazendo. Temos conhecimento e não há porque não dividirmos com os jovens que estão por vir. Aceitar que eles também podem ter o domínio de determinadas situações e conhecimentos é um dom para poucos. E, na maioria dos casos, é preciso passar por cima do orgulho, tendo humildade suficiente para aceitar que o líder é mais jovem que nós mesmos. Até mesmo porque, infelizmente muitos desses profissionais acabam sendo acometidos por crises ferrenhas de inveja e frustração.

Por outro lado, o jovem líder também precisa fazer sua parte, dominando muito bem seu próprio ego, já que pela pouca idade, ele pode se perder em meio à própria arrogância, autoritarismo e impaciência. Essas são características da geração que vem tomando conta do mercado e dando o que falar, a geração Y. Imediatistas, raramente sabem lidar de uma forma muito inteligente com o tempo natural das coisas. Por outro lado, são profissionais altamente flexíveis, dispostos a encarar mudanças e grandes desafios. Não se abalam facilmente e possuem total comprometimento com resultado: o sucesso da empresa é o sucesso do seu trabalho e, consequentemente, seu próprio sucesso. É por isso que é cada vez mais comum esse movimento dos jovens líderes assumindo seus postos em muitas empresas por aí.

Por fim, chamo atenção para um detalhe e isso vale tanto para os jovens líderes, como para os profissionais mais velhos liderados por pessoas mais jovens. Conheci­mento é algo que quanto mais temos, mais percebemos que não temos. Ou seja, nunca sabemos tudo e todo e qualquer conhecimento que nos for dado deve ser recebido de bom grado. Por isso compartilhar o que sabemos pode ser bom para todos, independentemente de qual posição ocupamos e, principalmente, independentemente de qual posição o outro ocupa. Humildade é uma característica louvável e entender que sempre podemos aprender com quem está a nossa volta pode ser algo realmente gratificante e enriquecedor.

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TESTE

Dividirei as questões aqui para os jovens chefes e para os subordinados mais velhos.

1) Como chefe jovem. Você:

a) É o mais apto e capaz para liderar o grupo, no seu local de trabalho. Não precisa ficar ouvindo sobre como as coisas eram dez anos atrás. Os mais velhos têm de aprender o novo jeito de gerir empresas.

b) Gosta de ouvir conselhos dos subordinados e os leva em consideração. Saber mais sobre profissionalismo, comportamento e sobre o passo natural que as coisas têm é extremamente útil.

2) Como chefe jovem. Quanto a promoções e recompensas:

a) Tudo demora demais para acontecer. Você entrega os resultados e nada de crescimento, somente elogios. Ganhar parabéns não faz seu pé de meia...

b) Considera importante construir sua reputação com superiores e parceiros. Fazer ter um nome a ser respeitado e ganhar a recompensa pela credibilidade conquistada é o que mais vale a pena.

3) Como chefe jovem. Na questão técnica:

a) Considera os subordinados desatualizados tecnicamente. Afinal, têm de aprender mais sobre o "novo jeito de fazer as coisas". Rápido, direto e com resultados palpáveis!

b) Acredita que é preciso manter um bom trabalho unindo a eficiência e rapidez da geração com o profissionalismo dos subordinados experientes.

4) Como subordinado. Você:

a) Acha um ultraje colocar uma pessoa inexperiente e imatura no comando de uma equipe. Afinal, erros de gestão podem fazer uma empresa perder muito dinheiro e até mesmo falir!

b) Confia na direção da empresa (em tê-lo eleito gestor) e no chefe jovem também. Profissionalismo e maturidade não têm nada a ver com idade.

5) Como subordinado. Acredita que:

a) Preferia que outra pessoa estivesse no lugar dele e que fosse alguém com mais experiência. Mesmo que não complete o que a empresa precisa, simplesmente prefere qualquer outra pessoa ao jovem.

b) A idade nada influi no que diz respeito ao conhecimento e capacidade de gestão de alguém. Afinal, nem todos nasceram para liderar e o que importa mesmo é o resultado.

6) Como subordinado. Ao ver que o chefe novo é mais jovem que você:

a) Fica com raiva e odeia a surpresa. Pensou que, por ter um ótimo desempenho no setor, você assumiria o cargo ao invés de alguém que é mais jovem veio de fora. Não se conforma com isso.

b) Procura entender por que ele foi a pessoa escolhida e não você. Com base nisso, pede um feedback ao superior dele sobre você para descobrir em que pontos você precisa melhorar para assumir uma posição semelhante.

Se você é o chefe jovem e marcou algumas da letra "A", talvez seja hora de parar e reavaliar seu comportamento. Você pode ser arrogante e ignorante com você mesmo e com seus colegas. Se você é o subordinado mais velho e marcou algumas da "A", não deixe que a emoção ultrapasse a sua capacidade racional. Sentimentos como inveja, ciúmes e raiva, no ambiente de trabalho, são totalmente inúteis. Analise sempre os fatos e nunca as aparências.

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