Parece batido esse assunto, pois todos falamos em trabalho em equipe. Mas, se pararmos para pensar friamente, perceberemos que temos muitos pontos a melhorar no que diz respeito a cooperação.
Renata era uma dessas gestoras que, infelizmente, tinha uma visão bastante deturpada do que era trabalho em equipe. Ela se considerava exemplo junto a sua equipe e acreditava piamente que, como líder, unia seus colaboradores da melhor maneira que conseguia.
Até que um dia, deparou-se com um problema "daqueles": dois de seus quinze funcionários travaram uma briga descomunal nos corredores da empresa. Os dois entraram numa discussão ferrenha, com trocas de insultos, palavras de baixo calão e uma quase agressão física. Renata, desesperada com o que acontecia, preocupou-se em apartar a briga e assim que a poeira baixou chamou os dois numa sala para tentar entender o que havia acontecido.
Janaína e Roberto trabalhavam com Renata desde que ela entrara na empresa. Sempre respeitaram a forma de liderar da chefe, mesmo avistando uma série de erros que a moça cometia. Ao serem questionados sobre o motivo da discussão, porém, Renata foi acometida por uma surpreendente revelação. Ambos os funcionários se colocaram a criticar a chefe, culpando-a por cada motivo de insatisfação que os levara a se agredir verbalmente com tamanha intensidade.
Dentre os problemas apontados, Renata sentiu-se extremamente culpada ao perceber que algumas das acusações faziam realmente muito sentido. Janaína disse que Renata, mesmo sendo sempre muito querida, costumava instigar uma competitividade não saudável entre seus funcionários. A moça reclamou que sua chefe expunha os problemas dos colaboradores, deixando-os constrangidos sempre que eram comparados uns aos outros em relação aos resultados que apresentava.
Roberto, por sua vez, explicou que não gostava quando Renata o chamava para reuniões privadas, onde, ao invés de focar nos resultados da equipe, apontava oportunidades individuais, como se um fosse responsável pelo insucesso do outro, e não o contrário.
Renata ouviu tudo pacientemente e, mesmo entendendo que boa parte das reclamações dos funcionários fazia sentido, entristeceu-se em imaginar o quão mal havia feito a pessoas que ela realmente gostava muito. A moça, porém, tomou uma atitude que considerei muito madura de sua parte. Assumiu a responsabilidade de mudar aquele cenário e corrigir essas falhas a tempo de impedir que o clima de rivalidade tomasse conta dos demais colaboradores que com ela trabalhavam.
A jovem passou o fim de semana refletindo sobre os problemas que ela havia causado com seu comportamento instigante. Decidiu tomar algumas atitudes emergenciais, pois entendeu que como líder seu principal papel era inspirar seus colaboradores a trabalharem unidos, todos juntos por um único objetivo: os resultados da empresa.
Ao voltar na segunda-feira, Renata convocou a todos para uma reunião onde explanou o reconhecimento de seus problemas e se comprometeu a mudar seu comportamento para que, juntos, pudessem reverter aquele clima ruim pelo qual sua área passava.
É claro que as coisas não mudaram da noite para o dia. Porém, a moça conseguiu, em pouquíssimo tempo, mudar a sua forma de agir diante de seus funcionários e, principalmente, a forma de reagir de seus colaboradores, afinal, toda ação gera reação, e se ação for positiva, a reação automaticamente também será positiva.
Não faz muito tempo, é verdade, mas os colaboradores de Renata passaram a se ajudar ao invés de disputar entre si, pois enfim entenderam que seus trabalhos eram complementares e que quanto mais se ajudassem, melhores resultados alcançariam, o que seria positivo para todos eles e, principalmente, para os resultados da empresa. Como líder, Renata nunca mais instigou as disputas, pelo contrário, passou a incentivar o apoio mútuo e a vontade de todos crescerem juntos.
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