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talento em pauta

Postou, dançou!

A mais nova mania dos usuários de redes sociais é o compartilhamento entre elas, ou seja, quem posta alguma coisa no LinkedIn, por exemplo, pode postar ao mesmo tempo, o mesmo conteúdo no Facebook, Twitter, Orkut, My Space, dentre outros. Logo, a história que eu tenho para contar a vocês hoje é realmente muito recente. Antônia é jovem, ainda não se formou, mas certamente poderia ter evitado maus bocados que enfrentou nas últimas semanas por pura falta de noção do certo ou errado.

Uma coisa é fato: o mundo virtual é uma realidade nas nossas vidas e na vida das empresas. Exatamente por isso, é fundamental que todos saibamos utilizá-las a nosso favor e não deturpando a nossa imagem, como foi o caso de Antônia. A moça, que adora todas essas redes sociais, possui conta em todas. O problema é que, assim como muitos outros jovens de sua geração, o uso das redes para ela passa do limite, quando o excesso de exibicionismo reina e a capacidade de bom senso se esvai diante de milhões de pessoas.

Querendo estar atenta às facilidades do compartilhamento, Antônia linkou todas as suas contas para facilitar ainda mais as postagens de seus pensamentos. O problema, porém, é que durante seu horário de trabalho (a moça estagiava num escritório de advocacia), os pensamentos de Antônia não passavam de comentários inúteis, como "vou ao banheiro", "com sede" ou "quem me dera um chocolate agora". Convenhamos, cada um usa sua rede social para o fim que bem entender, afinal elas são pessoais. Mesmo assim, ainda não consegui entender qual o intuito desses jovens que insistem em postar cada passo do seu dia-dia, como se importasse para os demais se eles estão com sono, sede ou fome. Porém, pior ainda que isso é utilizar o horário de trabalho, que deveria ser ocupado com questões relacionados a ele, com tais futilidades.

Mas, Antônia não parou por aí. Pouco tempo depois que havia ingressado na empresa, a moça começou a deixar seu trabalho a desejar, já que passava a maior parte do tempo postando frases soltas, e interagindo com seus colegas virtuais. A coisa piorou, porém, quando acompanhando promoções relâmpago numa dessas redes, Antônia começou a propagandear motéis, bebidas, baladas e lojas de sexshop. Nada contra a vida social da moça, mas, convenhamos, qual o juízo de valor darão a uma pessoa que propaga aos quatro cantos coisas relacionadas à sua intimidade. Pior: o que pensarão da empresa, sabendo que lá trabalham pessoas que expõem sua vida íntima de tal maneira na internet.

Rogério, seu chefe, a convidou para uma conversa onde pretendia explicar que aquela conduta não era muito adequada. A moça, indignada com o posicionamento do chefe, porém, rebateu dizendo que uma coisa não tinha nada a ver com a outra, e que por ser um perfil social, ela poderia escrever nele o que quisesse. Rogério sabia disso. Ele não tinha esse direito, porém também tinha o direito de não querer em sua equipe uma pessoa com tal exposição. Seria simples demiti-la, alegando corte de custos, ou incompatibilidade de perfil. Mas, apesar disso, ele queria dar um voto de confiança à jovem e resolveu nada fazer, por enquanto, até ver aonde isso iria parar.

Como medida preventiva, Rogério mandou bloquear o acesso a todas as redes sociais imagináveis e inimagináveis. É claro que, com isso, evitou que a moça continuasse utilizando a rede no horário de trabalho. Mas, o que ela postava lá e a imagem que construía contra si mesma, era algo que realmente não estava ao seu alcance.

Volta e meia, Rogério entrava nos perfis da moça para bisbilhotar o que ela vinha postando, e quais assuntos abordava. Sua decepção só aumentava, vendo que a moça chegava a paquerar descaradamente com mais de um rapaz ao mesmo tempo diante de todos na rede.

A gota d’água, entretanto, veio quando a moça postou frases desdenhando do próprio trabalho. Começou com coisas do tipo "ainda bem que é sexta, não aguento mais trabalhar", e foi piorando para frases como "meu chefe é um mala", "meu trabalho é cansativo, não quero mais brincar disso". Rogério, indignado, atendeu o pedido da moça e a demitiu. Ao conversar comigo, disse que Antônia parecia ter um bom potencial, mas a mania de expor comentários que denegriam a própria imagem e, consequentemente, a da empresa havia lhe tirado do sério.

Não há dúvidas que o uso incorreto dessas mídias sociais pode afundar com a reputação de um profissional. Por isso, se você possui perfil em alguma delas, aprenda a utilizá-las a seu favor, seguindo dicas que darei na próxima terça-feira, aqui na Coluna Talento em Pauta.

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