DICAS

Para não se tornar um guloso:

- entenda a real importância de cada coisa que você faz e se dedique de forma integral a essas coisas;

- quando surgirem novos desafios, pondere sobre sua capacidade de absorver novas tarefas e veja se é possível pegar mais trabalhos;

- não ignore as pessoas que estão à sua volta. Elas também possuem habilidades capazes de lhe auxiliar na execução de uma tarefa;

- saiba dividir responsabilidades e méritos. Uma empresa é feita de pessoas e sozinho você não vai a lugar algum;

- não se isole das pessoas. Elas podem ser muito úteis pra você em algum momento de sua vida.

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Quem nunca conviveu com alguém que parecia querer tudo para ele, tanto as obrigações, como suas recompensas? É como se eles quisessem abraçar tudo de uma só vez e sozinhos, sem pensar nas consequências que podem ocorrer na produtividade de seu próprio trabalho e no efeito que isso causa em suas relações. A gula no ambiente de trabalho nada tem a ver com o fato de comer demais ou tudo que se vê pela frente, mas sim sobre a vontade exacerbada que certos profissionais têm de abocanhar todas as oportunidades que lhes surgem, sem ponderar sobre a real importância de cada uma delas.

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Infelizmente já presenciei muito disso durante esses mais de 25 anos como headhunter. Profissionais que querem tanto progredir em suas carreiras que tentam trazer para si um maior número de tarefas e projetos na tentativa de mostrar eficiência e, quem sabe, ganhar uma promoção. Sem contar aqueles que além do trabalho oficial, aventuram-se em atividades extras dos mais diversos tipos.

Concordo que quando o assunto é o próprio sustento e o sustento da família, qualquer coisa que traga mais renda é válida. E, concordo também que as pessoas merecedoras de promoções são, justamente, aquelas que apresentam mais eficiência. Porém, atento para uma reflexão.

Uma pessoa que almeja crescimento profissional dedica seu tempo a isso. Quando não está no trabalho, ao invés de ir em busca de trabalhos extras, busca maneiras de se especializar e expandir suas capacidades em sua "profissão oficial". Sem contar que uma pessoa que tem consciência do que envolve esse desenvolvimento profissional, sabe que é necessária dedicação, e que doar-se para outros trabalhos faz com que seu desempenho não seja o mesmo em ambos.

Da mesma forma, uma pessoa iniciada entende que uma promoção depende de resultados qualitativos e não quantitativos. Por isso, essas pessoas dizem "não" a projetos que sabem que não serão capazes de entregar com tanta qualidade ou que atrapalharão o desempenho em outros já vigentes. Essas pessoas, normalmente, não encontram problemas em delegar funções a pares e/ou subordinados, pois não se apegam à importância de "mostrar serviço". Pelo contrário, entendem o valor do trabalho em equipe e apreciam isso para seu próprio crescimento dentro da empresa. Sem contar a consciência que têm em preparar alguém para assumir suas funções. Afinal, como ser promovido e assumir novas tarefas, se não houver alguém capaz de se responsabilizar pelas atividades que ficarão para trás?

Mas por que, então, encontramos tantos "fominhas" pelo caminho? Simples! Há muitas pessoas inconformadas em ceder suas atividades a outras pessoas, pois não entendem que isso faz parte do crescimento profissional. Apegam-se ao pouco que produzem sem entender que uma promoção requer novos desafios muito mais complexos que os atuais. E, muitas vezes, essas pessoas não são as mais desprovidas de conhecimento. Pelo contrário, na maioria dos casos são profissionais bem graduados, que ocupam posições privilegiadas, mas, que não se contentam com o que têm. Querem sempre mais.

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O erro não é querer mais. Aliás, acredito que almejar expansão seja sempre bom, desde que os meios para se alcançar seus objetivos sejam saudáveis. Afinal, várias são as consequências da busca desenfreada por crescimento. Como disse anteriormente, por exemplo, as relações profissionais tendem a ficar comprometidas. Uma pessoa razoavelmente normal não consegue conviver por muito tempo com outra que quer tudo pra si próprio. O resultado disso é um constante afastamento das pessoas do próprio convívio e dos profissionais que poderiam, em algum momento, ser importantes para o tal crescimento almejado. O isolamento torna-se algo muito evidente, infelizmente.Mande sua história para coluna@debernt.com.br e siga-me no twitter@bentschev.

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Você é fominha na empresa? Responda as questões abaixo:

1. Como é seu dia a dia de trabalho?

a) Está sempre muito ocupado e, às vezes, não dá conta de tanta coisa.

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b) É corrido, mas normalmente consegue dar conta.

2. Seu chefe percebe que você está com sobrecarga de trabalho e oferece ajuda:

a) Não aceita de jeito nenhum, você vai dar um jeito de fazer sozinho.

b) Aceita e agradece.

3. Você está participando de um processo seletivo e o entrevistador pergunta sobre sua expectativa na empresa:

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a) Você afirma que em curto prazo quer o cargo de chefia.

b) Mostra-se disposto a crescer na empresa conforme as oportunidades e seu desempenho.

4. Para crescer na empresa você:

a) Está sempre atento no que os outros estão fazendo e procura fazer melhor e mais rápido que eles.

b) Aplica toda sua competência para desenvolver um trabalho de qualidade e com agilidade junto à equipe.

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5. Você percebe um erro no trabalho do colega:

a) Corrige e apresenta para o chefe o erro e a correção que você realizou.

b) Avisa ao colega.

6. Você se considera um workaholic?

a) Sim

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b) Não

7. Quanto às informações da empresa:

a) Você sabe (ou procura) saber de tudo o que acontece em todas as áreas.

b) Você busca se manter informado sobre o que ocorre na empresa, mas sabe que não dá pra saber tudo.

8. Seu objetivo na empresa é:

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a) Ter um cargo de chefia de grande responsabilidade, de preferência no topo.

b) Crescer na carreira em responsabilidades e competências, o cargo é indiferente.

9. As decisões na sua área:

a) São tomadas por você.

b) Você compartilha com sua equipe.

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A maioria de "a" sinaliza que você pode ser um fominha no trabalho. Fique atento, há espaço para todos.