Escolhi a luxúria para encerrar a série 7 pecados no trabalho por considerá-la um dos mais graves pecados. Alguns estudos, inclusive, apontam-na como a precursora dos pecados capitais. E, na minha visão, se trouxemos a luxúria para o mundo executivo, podemos desmembrá-la em duas formas de "pecar".
A primeira forma é a busca acentuada pela posse de bens materiais. Ao contrário do avarento que busca o acúmulo de bens, sem conseguir dar ou doar, mesmo que em troca de algo, o luxurioso busca ostentar as coisas que possui e não tem medo de perdê-las, principalmente se for para conquistar algo ainda melhor. Pessoas com esse tipo de cobiça, geralmente almejam ter as coisas mais caras e ostensivas simplesmente pelo desejo de esbanjar às pessoas a sua volta o que possuem. Algumas vezes escolhem as coisas mais chamativas (carros, aparelhos de celular, roupas etc.) com o intuito único de mostrar que são capazes de adquirir tais bens e não simplesmente porque realmente almejam aquele assessório. Aliás, para essas pessoas, quanto mais, melhor. E, principalmente, quanto mais caro, melhor ainda.
Profissionalmente falando, são pessoas que precisam de status. São aqueles que almejam poder, que esbanjam suas posições e que, infelizmente, mal sabem o que fazer com o domínio que têm nas mãos. Afinal, buscaram o crescimento não pelo desenvolvimento, mas sim pelo que estar naquela posição pode lhes proporcionar. São essas pessoas que, normalmente, exigem mais regalias, como uma sala só para si, com mesas e cadeiras caras, bonitas e confortáveis, vantagens e benefícios que os proporcionem poder e qualquer coisa que eleve seus egos. Aliás, acredito que a expressão que define bem o luxurioso é o ego elevado. Ele precisa ser reverenciado, invejado e almejado.
A segunda forma que a luxúria pode ser representada é pelo impulso sexual aguçado. Nesse sentido, são as pessoas que não conseguem controlar seus desejos íntimos mais ousados, e acabam se entregando aos "pecados da carne" sem pensar nas consequências que isso pode causar em sua vida. No ambiente profissional isso é realmente muito comum. Casos de assédio sexual são relatados diariamente por conhecidos, jornais e vítimas que passaram por situações desse tipo ou, até mesmo, conhecem alguém que tenha vivenciado drama semelhante.
Sim, meus caros, infelizmente isso é um drama pelo qual o mundo executivo ainda sofre e, acredito, ainda demoraremos muito para conseguir nos livrar desse mal. As relações humanas num ambiente profissional acabam sendo muito intensas, pois vivemos diariamente com pessoas, por horas a fio, dividindo com elas nossas aspirações e frustrações no que diz respeito a nossa carreira. Muitas vezes, por falta de discernimento, alguns profissionais acabam confundindo esse tipo de relação (profissional) com um envolvimento mais íntimo e pessoal.
Quando há reciprocidade pela outra pessoa envolvida, iniciam-se romances escondidos, que, muitas vezes, interferem, e muito, nas decisões e nos desempenhos de cada um. Tudo se torna motivo para influenciar nos resultados. Esses casais, quando bem uns com os outros, geram um clima cordial exagerado no ar e, quando brigados, deixam uma sensação de discórdia capaz de prejudicar qualquer atuação.
Porém pior ainda se não houve essa tal reciprocidade. É aí que ocorrem os abusos por poder, morais e, o que vem ao caso, sexuais. Normalmente, são situações agressivas, vindas de cima para baixo hierarquicamente, mas que também ocorrem com pessoas de mesmo nível ou função. Além de ocorrências vexatórias, essas pessoas causam constrangimento em colegas, sem nem perceber o quão inconvenientes são. O resultado disso é a constante depreciação da imagem pessoal e, principalmente, profissional. Sem contar nos traumas que ficam para a pessoa que sofre com tais agressões. Mande sua história para coluna@debernt.com.br e siga-me no twitter@bentschev.
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TESTE
Marque a alternativa que melhor se aproxime da sua forma de pensar ou agir:
1) Você tem uma função de grande responsabilidade na empresa e:
a) Está satisfeito.
b) Quer mais poder, de preferência o lugar do seu chefe.
2) Você ganhou uma sala nova que era de um antigo funcionário. Você:
a) Leva umas coisas pessoais pra ficar com sua cara.
b) Providencia uma reforma completa para fazer jus à sua posição.
3) A empresa lhe oferece um carro. Você:
a) Escolhe um carro de qualidade.
b) Quer o último lançamento e um dos mais caros do mercado.
4) Iniciou na empresa um(a) novo(a) funcionário(a) muito bonito(a):
a) Você admira a beleza e fica na sua.
b) Faz questão de conhecê-lo(a) e jogar um charme.
5) Seus objetivos na empresa são:
a) Crescimento de responsabilidade, conhecimento e remuneração.
b) Posição de comando e poder e o melhor salário.
6) Você fica sabendo de informações importantes para a empresa. Você:
a) Compartilha imediatamente com sua equipe e/ou chefia.
b) Guarda para si para usar no momento mais estratégico para você.
7) Um cliente lhe convida para um almoço e o leva para um dos melhores restaurantes da cidade. Você:
a) Fica impressionado, mas acha um exagero.
b) Acha que é o mínimo que ele deve fazer para uma pessoa na sua posição.
8) Para você o futuro:
a) É algo que você pensa e planeja.
b) Nem pensa nisso. Se você marcou na maioria a letra "b", é possível que você seja uma pessoa que se dá atenção demasiada à aparência e ao status. Pode focar demais em si mesmo e esquecer dos outros. Se você estiver no posto de chefia o estrago pode ser grande.