O caminho traçado pelas companhias atuais não nega: quanto mais os colaboradores de uma empresa têm acesso aos dados estratégicos, melhor eles fazem seu trabalho. É muito comum que alguns profissionais cometam erros em seu dia a dia e grande parte desses erros ocorre por pura falta de informação. E não me refiro apenas às notícias de jornais, falo também sobre as informações internas. O que tem de gente alienada no meio corporativo, não é brincadeira. Pessoas que não enxergam a importância de saber tudo o que diz respeito à própria empresa onde trabalham.
Se considerarmos a quantidade de coisas que acontecem num dia de trabalho e a variedade de informações que são geradas a partir desses acontecimentos, certamente teremos valiosos dados em mãos que podem se converter em negócio. Antes de continuar, vamos fazer uma diferenciação básica: as informações a que me refiro são dados estratégicos de interesse comum a todos da empresa. Não cito, de forma alguma, as fofocas de corredor. Por outro lado, convenhamos, há algumas informações que são aparentemente simples para uns, mas quando expostas numa mesa podem fazer algum sentido para outros. Já vi muitos negócios acontecerem a partir de comentários aparentemente banais. Aliás, boas ideias surgem de situações e informações, muitas vezes, simples.
É daí que vem a importância de uma comunicação fluida inter-setores/unidades de negócio, de reuniões bem-estruturadas e da transparência da empresa para com seus funcionários. Um exemplo clássico é o corte de custos. Quando algo vai mal, é comum que a diretoria da empresa coloque ordens de redução de custos como impressão, papéis, energia, cafezinho e por aí vai uma infinidade de outras coisas. A desculpa é sempre a mesma: as coisas não vão bem e, por isso, precisaremos que todos se comprometam em ajudar com os cortes de custos. Porém dizer que as coisas não vão bem pode soar vago para muita gente. Já diferente é quando a empresa, ao invés de deixar no ar o quão mal vão as coisas, mostra em números a real situação da organização. Mostrando o real cenário da companhia é mais fácil conseguir que os funcionários entendam as necessidades de corte que a empresa tem.
Transparência é algo que deve permear a cultura organizacional. Visão, missão e valores precisam ser difundidos entre os funcionários, fazendo com que cada um compre os ideais do cenário em que estão inseridos. De nada adianta, por exemplo, a empresa querer exigir que seus funcionários vistam-se ou comportem-se de tal maneira sem que seja dito a eles como se vestir ou se comportar. As regras devem ser colocadas na mesa para que todos saibam exatamente onde estão pisando. Regras veladas são ruins, pois não fica claro para ninguém o que pode e o que não pode.
Quando o funcionário entende claramente aonde a empresa quer chegar (visão), de que forma chegarão (missão) e os valores que o sustentarão para seguir adiante, fica infinitamente mais fácil conseguir que a equipe trabalhe de forma homogênea, atendendo às expectativas da organização. É por isso, inclusive, que muitas empresas abrem seus números a seus funcionários. Para que eles entendam o momento pelo qual a empresa passa e, com isso, saibam até onde podem ir ou esperar da companhia.
Costumo dizer a meus funcionários que meu computador está à disposição de todos na empresa, pois não tenho nada a esconder de ninguém. Procuro ser o mais transparente possível com todos eles, pois acredito que esse é o melhor caminho. Afinal, existe coisa pior que profissional que não sabe nem mesmo como são realizados os serviços que a empresa oferece ou, até mesmo, para que servem seus produtos vendidos? Não existe essa de "eu sou da área operacional, não preciso entender das finanças da companhia" ou "sou do TI, não preciso saber como o Marketing tem posicionado a marca diante do mercado". Nada disso! Todas as áreas precisam se conversar e se complementar. Caso contrário, dificilmente a empresa obterá êxito. E do que são feitas as empresas? De pessoas, ora! Se a empresa não progride, seus funcionários também permanecem estagnados.
O ideal é pensar sistematicamente. Os profissionais que já entenderam a importância disso alcançam cada vez mais seus lugares de destaques nas organizações.
Teste
1)Ao entrar na empresa:
a)Recebe o devido treinamento/integração e entende como cada setor da empresa funciona.
b)Recebe orientação somente para a área para a qual fará parte. Afinal, não há porque perder tempo com o resto.
2)De tempos em tempos, a empresa:
a)Faz reuniões com todos os colaboradores para mostrar os resultados, conquistas e dificuldades.
b)Nunca realizou reuniões importantes, com demonstração de resultados e planejamentos para os próximos anos.
3)Várias mudanças começaram a ocorrer ultimamente:
a)A empresa reuniu todos os envolvidos e não envolvidos nas mudanças e deu explicações satisfatórias a todos. Claro, isso evita fofocas na empresa.
b)Não houve comunicado, ou, se houve, foi muito breve, resumido e truncado. Cada um acha que há um problema diferente ocorrendo.
4)As políticas da empresa:
a)São fortemente defendidas e devem ser seguidas à risca. Todos as praticam, respeitam e devem incorporá-las.
b)São "só para inglês ver". No papel está tudo bonito, mas na prática é totalmente diferente. Nem os gestores e direção cobram o cumprimento e comportamento em relação a isso.
Poucas empresas conseguem atingir o êxito do cumprimento das políticas e da transparência empresarial. Manter uma Assessoria de Comunicação ou Relações Públicas ajuda a descobrir ruídos na comunicação da empresa. Lembro que as companhias não podem esperar que os problemas aconteçam para contratar alguém que cuide da imagem delas. A prevenção é o melhor dos remédios para evitar que um dia a imagem da marca sofra uma queda brusca. Nesse teste, as alternativas "a" são as mais recomendáveis às empresas.