Merkel e Blair conversam com Lula sobre crise de Doha
Logo depois de Brasil e Índia terem se retirado das negociações sobre a rodada de liberalização do comércio mundial em Potsdam, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, solicitaram conversas por telefone com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira uma fonte diplomática que acompanha as negociações.
O Mercosul deve compensar um possível colapso das negociações globais de comércio com uma maior agressividade para avançar acordos comerciais bilaterais que dariam rápidos benefícios, recomendaram especialistas nesta quinta-feira.
A possibilidade de um resultado bem sucedido nas negociações da Rodada de Doha de negociações comerciais, lançada em 2001, sofreu forte abalo nesta quinta-feira, quando Estados Unidos, União Européia, Índia e Brasil fracassaram em conseguir um acordo preliminar para apresentar aos parceiros da Organização Mundial do Comércio (OMC).
As negociações podem ficar congeladas até 2009, quando os EUA terão novo governo, avaliou José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).
A paralisação das negociações, que discutem uma abertura adicional no comércio e como reduzir os subsídios agrícolas nas nações ricas, deve fazer com que o Mercosul -integrado por Brasil, Uruguai, Paraguai, Argentina e Venezuela- se empenhe em assinar acordos comerciais bilaterais, disse Botafogo.
Como outros especialistas em comércio, Botafogo, ex-embaixador brasileiro na Argentina, disse que o possível colapso das negociações globais não afetará o crescimento econômico da América do Sul.
Mas acrescentou que a região, e principalmente o Mercosul, poderia se beneficiar, e ainda crescer mais rapidamente, assinando acordos comerciais com a União Européia, Índia, China, África do Sul e até mesmo os EUA.
"Temos que levar em conta que sem prejuízo de ter um objetivo de negociações multilaterais, que são as que têm maior alcance, é necessário retomar com grande empenho as negociações bilaterais", disse o presidente do Cebri.
Segundo ele, o Mercosul deve levar adiante essas negociações, mesmo com a oposição da Venezuela, cujo presidente, Hugo Chávez, é inimigo de políticas econômicas de livre-mercado.
Dentro do Mercosul, Uruguai e Paraguai, membros com economias menores do bloco, têm pressionado por uma maior abertura e também para aprofundar as relações comerciais com os EUA, mas a Argentina e o Brasil têm imposto suas posições a favor de maior protecionismo.
"Vivemos um cenário mais defensivo que agressivo nas negociações internacionais. Prevalece o cenário sobre como proteger a indústria da concorrência em vez de pensar como invadir o mundo com nossos produtos, algo que o Brasil e a Argentina podem fazer", acrescentou Botafogo.
Eduardo Viola, professor de relações internacionais da UnB, concordou. "Devemos acelerar as negociações para acordos comerciais bilaterais entre o Mercosul e o mundo", disse ele. Seria bom para que o bloco, e especialmente o Brasil, seja cada vez mais percebido como uma economia normal".
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