A Boa Vista Serviços, empresa de informações de crédito da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), terá à disposição 100 milhões de dólares da Equifax para expandir suas atividades no país em 2011, em meio aos projetos de expansão que podem incluir uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).

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"Ainda não temos data (para um IPO), mas sabemos que existe apetite do mercado por este setor", disse o presidente da TMG Capital, um dos acionistas da companhia, Luiz Francisco Viana. "Depende das condições de mercado."

Na terça-feira, a Boa Vista anunciou a compra das atividades da Equifax no Brasil. O grande filão de mercado alvejado com a fusão é o Cadastro Positivo, sistema em que as informações de crédito de bons pagadores podem ser usadas para oferta de taxas de juros diferenciadas aos tomadores de empréstimos e financiamentos.

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Os 100 milhões de dólares disponibilizados pela Equifax podem ser empregados em expansão orgânica e em aquisições e fazem parte do acordo pelo qual a companhia norte-americana terá uma fatia de 15 por cento no capital da Boa Vista.

O acionista majoritário da Boa Vista continua a ser a ACSP, com cerca de 60 por cento do total. A TMG tem outros 20 por cento.

Com a operação brasileira da Equifax, a Boa Vista passa a ter um valor de mercado estimado de 1,5 bilhão a 2 bilhões de reais. A previsão é de receita em 2011 de 500 milhões de reais, disse o presidente-executivo da Boa Vista, Dorival Dourado.

Segundo o presidente da Equifax International, Paulino Barros, sua empresa tem interesse em aumentar a participação na Boa Vista nos próximos anos. Essa pode ser uma alternativa ao IPO.

Com um time de cerca de 900 funcionários, "a Boa Vista tem agora cerca de 40 a 45 por cento do mercado de informações creditícias" no Brasil, disse Dourado, dividindo o segmento com sua grande rival, a Serasa Experian.

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CADASTRO POSITIVO

O projeto de lei que regulamenta o Cadastro Positivo foi recentemente aprovado pelo Congresso Nacional e aguarda sanção presidencial.

De acordo com Dourado, o funcionamento do serviço deve começar no médio prazo, já que ainda são necessários acordos comerciais e a formação de uma base de dados.

O Senado aprovou em 18 de maio a medida provisória criando o Cadastro Positivo.

Defensores do projeto esperam que o sistema facilite o acesso a financiamentos e reduza o chamado spread bancário, a diferença entre o custo de captação dos bancos e os juros cobrados dos tomadores.

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A inclusão no Cadastro Positivo será feita somente após autorização expressa da pessoa, que poderá, a qualquer momento, pedir sua exclusão da lista.