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Com reajuste de 24% na tarifa de energia, RMC tem a maior inflação de julho no país

Reajuste na tarifa de energia elétrica puxou inflação de julho em Curitiba | Brunno Covello / Agência de Notícias Gazeta do Povo
Reajuste na tarifa de energia elétrica puxou inflação de julho em Curitiba (Foto: Brunno Covello / Agência de Notícias Gazeta do Povo)

Curitiba liderou a alta no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, revelou nesta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A região metropolitana que engloba a capital paranaense fechou o mês passado com avanço de 0,50% na inflação em comparação com junho – a maior taxa entre os treze locais pesquisados pelo órgão.

A escalada da inflação na capital em julho foi mais expressiva do que no mês anterior, quando o índice ficou 0,37% maior. O comportamento vai na contramão do IPCA nacional, que fechou julho com alta de 0,01%, ante uma variação de 0,40% em junho.

De acordo com o IBGE, o desempenho da inflação na região metropolitana de Curitiba pode ser explicado, principalmente, pelo reajuste de 24% na tarifa de energia elétrica do Paraná.

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) reforça a contribuição do aumento na conta de luz para a elevação do IPCA na região. A despesa com a tarifa é um dos itens analisados para compor a taxa de variação do setor de Habitação, que, por sua vez, faz parte do conjunto de grupos que forma o índice total medido pelo IBGE.

Por isso, em julho o setor de Habitação foi o que mais contribuiu para elevar a inflação de Curitiba. O grupo variou 4,52% na comparação. Foi o maior crescimento da taxa para o setor no ano."Em julho, particularmente, o que tornou a inflação um pouco diferente na região metropolitana de Curitiba foi as despesas relacionadas a habitação, como a energia elétrica. Ela teve uma influência sobre o setor habitação como um todo, que, por sua vez, afetou o índice de Curitiba", explica o diretor do Centro de Pesquisa do Ipardes, Julio Suzuki.

Com variação superior a 1% no mês também entra na lista o grupo de Artigos para Residência, cujos preços ficaram, em média, 1,05% mais caros.

Já a maior retração no índice que mede a inflação foi a do setor de Transportes, com queda de 1,90%. "Transportes ainda reflete o contexto de preços de combustíveis represados. Mas, claro, esse preço ainda contingenciado será reajustado via Petrobras influenciando na inflação futuramente", comentou o diretor.

Entre os oito grupos analisados, apenas dois tiveram a inflação desacelerada. Além de Transportes, os custos com Educação recuaram 0,18%.

Com a alta do último mês, a capital apresenta também a segunda maior variação acumulada nos últimos doze meses. No período, a inflação avançou 7,23%, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, que atingiu alta de 7,42%.

A pesquisa

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento monetário de um a 40 salários mínimos, e abrange dez regiões metropolitanas do país, além de Brasília e dos municípios de Goiânia e Campo Grande.

Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 28 de junho a 28 de julho de 2014 (referência) com os preços vigentes no período de 29 de maio a 27 de junho de 2014 (base).

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