O aumento no número de salas provavelmente beneficiará o espectador que escolhe o cinema pelo preço. As promoções ficaram mais comuns em Curitiba nos últimos anos e, com a entrada de novos competidores, o valor médio cobrado pelo ingresso pode cair. Pelo menos foi assim em Porto Alegre, capital com o maior número de salas por habitante e que tem o menor preço médio de entrada.
"Quanto mais telas, mais o consumidor é favorecido", diz Ademar Oliveira, diretor da Arteplex, que administra as cinco salas do Shopping Crystal. Oliveira compara Curitiba com Porto Alegre e diz que o preço do ingresso pode cair na capital paranaense. Na capital gaúcha, o valor médio do ingresso inteiro é de R$ 5 durante a semana e R$ 10 nos fins de semana. A diferença é que lá não existe a obrigação legal da meia entrada para estudantes os cinemas dão descontos por conta própria, normalmente de R$ 1 a R$ 3.
A entrada de novos exibidores nos bairros já mexeu no mercado curitibano, segundo Oliveira. As empresas instaladas nos shoppings Jardim das Américas, Portal e Cidade têm políticas de cobrar menos do que os exibidores do estilo multiplex (que têm mais salas em um único local, como a rede Cinemark). Os preços nos bairros variam de R$ 4 a R$ 11, dependendo do dia da semana, contra uma tabela que vai de R$ 8 a R$ 15 nos multiplex.
Apesar de o preço ser um fator presente na decisão dos espectadores, as empresas exibidoras dizem que ele não é mais importante do que as tramas, atores e efeitos especiais mostrados nas telas. Os donos de cinemas dizem que no ano passado os estúdios foram infelizes em suas produções, o que levou a uma queda nas bilheterias. O total de ingressos vendidos no Brasil em 2005 foi pouco superior a 85 milhões, contra cerca de 100 milhões em 2004. "Nada substitui um filme bom para atrair público", diz Henry Schade, gerente da UCI, empresa que administra as salas do Shopping Estação.
Schade não se refere aos candidatos a clássicos ou prêmios internacionais, mas sim aos campeões de bilheteria entre os adolescentes. As promessas de 2006 são a nova versão do Superman e as continuações de X-Men e do Homem Aranha. "A programação para o ano é interessante. Espero um crescimento de 10% no mercado", diz Gilmar Leal Santos, diretor da Cinesystem.