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Compra de carro com "entrada zero" diminui

O bancário Claudi Naizer usou dinheiro de uma aplicação na compra de seu Sandero | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
O bancário Claudi Naizer usou dinheiro de uma aplicação na compra de seu Sandero (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)
A balconista Patrícia Santos preferiu financiar o Fiat Uno sem dar entrada |

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A balconista Patrícia Santos preferiu financiar o Fiat Uno sem dar entrada

Confira a simulação do financiamento de um carro popular |

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Confira a simulação do financiamento de um carro popular

Financiar 100% da compra do carro e com prazo a perder de vista era uma prática comum até pouco tempo atrás, especialmente no segmento de populares. Prestações mais baixas e facilidade na contratação favoreciam essa modalidade de aquisição. Porém, desde que o governo federal adotou medidas restritivas ao crédito, em dezembro passado, a escolha por adquirir um veículo sem entrada vem diminuindo. Em janeiro, ela representava mais da metade dos negócios financiados. Hoje, responde por 30%, em média, segundo levantamento em concessionárias de Curitiba.

"Com um aporte de R$ 2,8 mil, por exemplo, é possível reduzir quase R$ 130 nas prestações mensais de um modelo na faixa de R$ 28 mil", observa Felipe Gabriel Allegretti, gerente Comercial de Veículos Novos da Fórmula Renault, na capital.

Para o valor sugerido acima, o financiamento total com prazo de 60 meses gera uma prestação de R$ 803, e uma taxa de juro mensal de 1,98%. Ao fim do pagamento, o carro sairia por R$ 48.180. Dando a entrada sugerida por Alegretti, ou seja, cerca de 10% do preço do bem, a parcela cairia para R$ 659 e a taxa, para 1,49% ao mês. O custo final, neste caso, seria de R$ 42.340, ou seja, R$ 5.840 mais barato, o que representa uma economia de R$ 3.040 (veja a comparação no quadro).

A balconista Patrícia Fernan­da Santos, 25 anos, de Curitiba, não visualizou essa vantagem quando adquiriu em janeiro deste ano seu primeiro carro zero quilômetro, um Fiat Uno Way, que à época custava R$ 32 mil. Proprietária até então de um Fiat Tipo 1995, ela estudava dar o carro – avaliado em R$ 5 mil pela concessionária – como parte do pagamento. Com esse valor na entrada, a parcela ficaria em R$ 780 para uma compra em 60 vezes. Sem, pularia para R$ 880. "Achei que R$ 100 de diferença na prestação era pouco. Resolvi pelo financiamento 100% e por vender o Tipo para um particular, que me ofereceu R$ 9 mil", conta.

Patrícia conseguiu R$ 4 mil a mais pelo carro antigo, mas o novo encareceu R$ 5,4 mil, uma diferença de R$ 1,4 mil. "Hoje eu não optaria pela negociação que fiz", diz a balconista.

Segundo Hugo Meza Pinto, coordenador de Economia das Faculdades Integradas Santa Cruz, em Curitiba, o problema é que o consumidor brasileiro considera mais o valor da prestação do que o total que pagará pelo automóvel no final. Após cinco anos de financiamento, o bem acaba saindo por quase o dobro do preço à vista. "Quando ele terminar de pagar, o carro não ‘existirá mais’. Acabará consumido pela depreciação anual de mercado, que gira entre 10% e 20%."

O bancário Claudi Ayres Naizer, 50 anos, de Curitiba, há tempos evita o parcelamento quando troca de carro. Ge­­ralmente coloca o veículo atual como parte do pagamento e utiliza o dinheiro que estava investido em uma aplicação financeira para quitar o restante. Foi assim ao retirar da loja há uma semana um Sandero 1.6 zero quilômetro por R$ 40 mil. "Fiz alguns cálculos para conseguir a melhor compra. Peguei R$ 12 mil que estavam aplicados e adquiri o modelo à vista. Com isso, fiquei momentaneamente sem liquidez, mas economizei de R$ 4 mil a R$ 5 mil", afirma.

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