O Federal Reserve (Fed, o banco central americano) divulgou comunicado nesta quarta-feira (18) em que deixa a porta aberta para a possibilidade de elevar os juros básicos do país já em junho. A autoridade monetária suprimiu a palavra “paciente” ao se referir à espera pela melhora dos indicadores econômicos do país.
Ao retirar a palavra, o Fed marca um afastamento de sua orientação explícita sobre o caminho da política a ser adotada no futuro, conforme utilizou desde o fim de 2008 para manter os custos de financiamento baixos por um prazo mais longo. Agora, o Fed decidirá a cada encontro o que fará, com base nos dados econômicos, tornando suas ações menos previsíveis.
Mas as taxas só vão subir, segundo o Fed, quando houver melhorias no mercado de trabalho e quando houver a confiança de que a inflação retornará à meta de 2% no médio prazo. Ainda segundo o Fed, é improvável que isso ocorra na reunião de abril.
“O comitê antecipa que vai elevar apropriadamente a taxa básica de juros quanto tiver visto mais melhorias no mercado de trabalho e está confiante que a inflação vai se voltar para seu objetivo de 2% no médio prazo”, disse o comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) desta quarta-feira.
Em comunicados anteriores, o tom era outro: “O comitê julga que pode ser paciente ao começar a normalizar a postura da política monetária”, disse, por exemplo, a nota oficial em janeiro.
Cenário interno
O mercado de trabalho está superando os danos provocados pela maior recessão desde a década de 1930. Por outro lado, a inflação e o crescimento da renda continuam muito baixos, o que leva Yellen a ter cautela quanto ao encerramento total do programa.
A previsão para o PIB de 2,6% a 3% em dezembro foi reajustada no comunicado divulgado nesta quarta-feira, com o Fed esperando um crescimento de 2,3% a 2,7% no último trimestre de 2015, segundo novas projeções trimestrais Comitê de Política Monetária (FOMC).
Consequência
Em 2008, o Fed zerou os juros e adotou estímulos monetários, que se baseava na compra de títulos que estavam nas mãos de investidores pela autoridade monetária, injetando dinheiro na economia. Conforme o país foi se recuperando, esses estímulos foram diminuindo.
Agora, o Fed deve restabelecer os níveis da taxa básica de juros, o que irá influenciar no câmbio e no fluxo de capitais, a questão é saber a quanto e quando.
Para as economias emergentes, o aumento da taxa de juros pode significar que as divisas antes aplicadas nesses países irão voltar para os EUA.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast