Atualizado às 18h33
O Conselho Estadual de Sanidade Animal (Conesa), da Secretaria da Agricultura do Paraná, decidiu nesta quarta-feira pelo sacrifício sanitário dos cerca de 1800 animais sob suspeita de aftosa na Fazenda Cachoeira, na região Norte do Paraná. A decisão foi tomada por 17 votos a favor do abate, com cinco abstenções e apenas um voto a favor do abate sanitário.
No entanto, o dono da fazenda Cachoeira, que fica no município de São Sebastão da Amoreira, próximo a Londrina, pretende levar o assunto à Justiça Federal para impedir o sacrifício. Na tarde desta quarta, o proprietário da fazenda entrou com uma ação na 3º Vara com pedido de liminar.
"A ação cautelar será para que não haja abate de animais sadios. Se houver animais doentes, podem abater", afirmou o advogado da fazenda, Ricardo Martins, em entrevista coletiva.
Governo do ParanáO vice-governador e secretário da agricultura do Paraná, Orlando Pessuti, assim como o proprietário da fazenda Cachoeria, defende a tese de que não foi constatada a existência da doença em todos os exames feitos no estado até hoje.
"A posição do governo do Paraná foi sempre a de contestar o foco da doença. O ministério decretou o foco de forma arbitrária, levando em conta apenas a procedência dos animais", disse. "Aqui, diferente do Mato Grosso do Sul, nenhum animal morreu. Mas como eles (ministério) não voltam atrás, vamos buscar junto ao ministério para que o Paraná recupere tão breve possível o status de área livre", completou Pessuti.
IndenizaçãoQuanto a indenização com o abate dos animais, o secretário informou que conversou com o ministro da agricultura, Roberto Rodrigues, na terça-feira e que ele ficou de dar mais detalhes sobre o assunto.
"Agora a Fundepec (Fundo de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Paraná) e o ministério têm que resolver quem, como e quando será paga a indenização", afirmou Pessuti.
O valor aproximado seria de R$ 1 milhão e 200 mil - cálculo feito multiplicando-se o peso do boi pelo preço de mercado da arroba da carcaça.
Mal necessárioConforme dito na hora dos votos, por alguns membros do Conesa, a decisão pelo sacrifício é um mal necessário, podendo acabar com o impasse e permitir ao estado retomar o status de área livre de febre aftosa.Veja em vídeo como foi a reunião do Conesa e a reação dos funcionários da fazenda Cachoeria