O dólar caiu nesta terça-feira ao menor patamar desde o dia 7, refletindo a maior confiança do mercado em uma solução para a crise na Grécia.
A rolagem apenas parcial de contratos de swap reverso em leilão também contribuiu para a queda do dólar.
A moeda norte-americana fechou a 1,578 real para venda, em baixa de 1,13 por cento.
Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar caía 0,39 por cento. As commodities, que têm relação direta com o real por causa da pauta de exportações do Brasil, subiam 1,7 por cento pelo índice Reuters-Jefferies, na maior alta diária em seis semanas.
O motivo era a confiança de investidores em uma solução para a crise na Grécia. Um parlamentar que havia prometido votar contra as medidas de austeridade voltou atrás, dando mais conforto ao governo durante a crucial votação desta semana.
Sem a aprovação das medidas fiscais, o país não receberá a nova parcela de ajuda, enfrentando o risco de uma moratória.
Além disso, embora as autoridades da zona do euro descartem publicamente que possam ajudar a Grécia no caso de um "não" do Parlamento, nos bastidores trabalham com alguns planos alternativos. Os bancos franceses já concordaram em princípio com um plano de rolagem da dívida grega.
A maior disposição dos investidores em todo o mundo em aplicar em ativos de risco encontrou no Brasil um ambiente favorável para a queda do dólar. De acordo com relatório de Diego Donadio, estrategista do banco francês BNP Paribas, os investidores com posições vendidas na moeda norte-americana impunham uma pressão maior do que os comprados às vésperas da rolagem de derivativos na BM&FBovespa.
Segundo dados da bolsa, os estrangeiros tinham mais de 20 bilhões de dólares em posições vendidas em dólar em contratos futuros e de cupom cambial (DDI).
Outro motivo para que o real pudesse se fortalecer, segundo Donadio, era a possibilidade de que o Banco Central rolasse apenas parcialmente o lote de 1,695 bilhão de dólares em swap reverso que vence no fim do mês. Isso se confirmou, com o BC colocando 1,244 bilhão de dólares para setembro.