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agronegócios

Mais fortes, geadas voltam a atingir safras do PR; preços sobem

Geada em Francisco Beltrão registrada por Caroline Thomaz | Caroline Thomaz
Geada em Francisco Beltrão registrada por Caroline Thomaz (Foto: Caroline Thomaz)

As previsões se confirmaram e as geadas voltaram a atingir as lavouras de milho e trigo do Paraná nesta madrugada, enquanto produtores já falam em perdas na safra de inverno, o que elevou as cotações no Estado.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Paraná, houve geadas fortes nas regiões de Toledo, Cascavel e Campo Mourão, que respondem por mais de 50 por cento da colheita de milho safrinha do Estado, tradicionalmente líder na produção do cereal.

O Deral, entretanto, diz que é cedo para quantificar as perdas, embora afirme que elas ocorreram.

"Acho que o milho que tinha, cozinhou. Vai dar muito grão ardido, foi bem forte e geada", afirmou o agrônomo Juliano Alves Galvão, da Copavel, importante cooperativa de Cascavel, no oeste do Paraná.

De acordo com Galvão, deve ocorrer uma quebra de cerca de 40 por cento do milho do município.

"Igual a esta geada só a de 2000", afirmou ele, lembrando-se da quebra registrada no início da década passada.

O agrônomo acrescentou ainda que, para piorar a situação, há previsão de chuva para os próximos dias. "Se chove, brota o grão dentro da espiga."

A região de Cascavel responde por 15 por cento da produção de milho do Estado.

Na segunda-feira, geadas já tinham atingido o Estado, onde 75 por cento da safra de milho está suscetível a perdas por geadas, segundo o Deral.

"Não tem como quantificar, vamos monitorar esta semana, a geada de hoje foi mais forte e pegou trigo também", disse a agrônoma Margorete Demarchi, do Deral.

"Dependendo do estágio dentro da espiga, mesmo em fase de maturação, e dependendo da intensidade da geada, afeta a qualidade", disse ela.

A agrônoma afirmou que as lavouras nos municípios de Maringá e Londrina, no norte, que juntos respondem por 20 por cento do milho do Estado, também foram atingidas pelo frio intenso.

PREÇOS

Segundo relatório da consultoria Informa Economics FNP, as comercializações no mercado físico de milho travaram neste início de semana, em função da forte geada que atingiu as áreas produtoras de milho safrinha no Paraná e na região sul do Mato Grosso do Sul, "prejudicando as lavouras que se encontravam nas fases de floração e enchimento de grãos".

No Paraná, as ofertas de venda diminuíram e já existem indicações de compra entre 28 reais a saca e 28,50 reais a saca no oeste do estado, com alta de quase 4 por cento na comparação com o preço da sexta-feira.

"A atenção dos produtores locais segue voltada ao clima e preferiram se ausentar das operações. No interior paulista, não houve indicações de preço dado à ausência da ponta vendedora, mas alguns agentes do mercado já prospectam preços mais firmes no decorrer da semana", destacou a consultoria.

O Paraná esperava uma produção recorde na segunda safra, de 7,4 milhões de toneladas, o que pode não mais ocorrer, contra 6,8 milhões na temporada passada --a colheita da segunda safra está em fase inicial no Estado.

As geadas também atingiram algumas áreas de café no Estado.

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