Em mais um dia marcado por tumulto no Congresso Nacional, os congressistas votaram nesta quarta-feira (3) os dois vetos presidenciais que trancam a pauta da Casa e impedem a votação da manobra fiscal do governo.
Para essa etapa ser concluída e a pauta de fato liberada, os votos aos vetos precisam ainda ser contados, para verificação do quórum.
Os vetos tratavam da mudança de nomes de bens públicos, uma barragem e um instituto.
Antes de o projeto de lei que autoriza o descumprimento da meta de economia no ano para pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superavit primário, entrar para apreciação, outro assunto ainda terá de ser votado.
Trata-se de projeto que autoriza o pagamento de R$ 248,2 milhões a aposentados e pensionistas das companhias aéreas falidas Transbrasil e Varig.
Oposição
O governo corre para votar sua manobra fiscal no Congresso e, para isso, condicionou a liberação de verbas aos redutos eleitorais dos congressistas à aprovação do projeto. Faltam 19 dias para o fim das atividades legislativas deste ano.
O governo tenta a aprovação da matéria desde a semana passada, mas tem enfrentado resistência da oposição, que recorre a vários expedientes regimentais para atrasar a votação, e até de sua base aliada.
As sessões para análise da matéria têm sido marcadas por tumulto, manifestações, trocas de agressões entre congressistas e a atuação truculenta da Polícia Legislativa.
A sessão foi suspensa terça (2), depois de o Congresso ter virado um verdadeiro ringue, e retomada na manhã desta quarta (3). A entrada de manifestantes está vetada pelos seguranças.
Do lado de fora, os protestos contra o governo continuam, reunindo cerca de 80 pessoas na entrada principal do Congresso. Do grupo de manifestantes, apenas o músico Lobão foi autorizado a entrar.
Ontem, a confusão aconteceu nas galerias superiores do Congresso, de onde os manifestantes gritavam palavras como "fora o PT" e "vai a Cuba".