A Petrobras divulgou nesta sexta-feira à tarde (8) comunicado aos acionistas informando que o Conselho de Administração da estatal, que está reunido para análise dos resultados da empresa no segundo trimestre, "refuta, por inverídicas, quaisquer especulações sobre a saída da presidente Maria das Graças Silva Foster". Em entrevista ao jornal "O Globo" nesta sexta, o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, disse que, caso os bens da executiva sejam postos em indisponibilidade, sua permanência à frente da Petrobras seria inviável. O conselho da estatal está reunido para analisar o resultado da empresa no segundo trimestre, que será divulgado esta sexta após o fechamento do mercado.
Na quarta-feira (6), o relator do processo, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Jorge, havia colocado na pauta de votação do plenário do órgão um pedido de correção da decisão tomada há duas semanas sobre irregularidades na refinaria, que apontou prejuízo da US$ 782 milhões e tornou indisponíveis os bens de 11 diretores e ex-diretores da companhia.O processo voltou ao plenário porque os técnicos do TCU apontaram que três diretores foram responsabilizados por uma das irregularidades -o não cumprimento de uma sentença da Justiça Americana em 2009 -sem que estivessem na época nas funções responsáveis por essa atitude. Só esse item gerou, no cálculo do TCU, um prejuízo de US$ 72 milhões.
Em seu relatório, José Jorge substituiu os nomes dos ex-diretores Ildo Sauer e Nestor Cerveró, responsabilizados nesse item, pelos de Graça Foster e Jorge Zelada, que estavam na diretoria na época da decisão. Ele também trocou o nome do ex-presidente da Petrobras América, Renato Bertani, pelo do presidente da subsidiária em 2009, José Orlando de Azevedo.
No mesmo dia, Adams foi pessoalmente ao TCU para evitar que o bloqueio de bens de Graça fosse aprovado. Foi a primeira vez que Adams defendeu pessoalmente um processo no TCU. O julgamento, que estava marcado para acontecer na quarta, foi adiado. José Jorge solicitou o adiamento para responder a questionamentos feitos por Adams.
Graça Foster também havia enviado na quarta ao Supremo Tribunal Federal (STF) um recurso pedindo para que seus bens não fossem indisponibilizados pelo TCU. Na prática, a defesa de Foster pedia que ela fosse incluída no mandado de segurança enviado ao STF na semana passada pelo ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.
No documento, os advogados tentam derrubar a decisão do TCU que decretou o bloqueio de bens de 11 executivos da estatal para garantir a devolução de valores estimados em US$ 792 milhões decorrentes de irregularidades na aquisição da refinaria. Foster não constava da lista de executivos. Porém, o TCU iria fazer correções em sua decisão e poderia incluir a presidente da estatal.
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